O segredo do fazer coletivo

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UBIRAJARA DE OLIVEIRA

Nesse mês de aniversário da Lapa, gostaria de reproduzir aqui, parte do discurso por mim proferido durante a Sessão Solene da Câmara Municipal, na sexta-feira, 14 de outubro.
“Por que? Por que estamos aqui esta noite reunidos numa sessão solene, comemorando o aniversário da Lapa? Por que algumas pessoas e entidades fazem tanta questão de comemorar o aniversário da Lapa?
Vivemos tempos em que está cada vez mais difícil buscar um propósito para a vida. Os cultos das igrejas, cada vez mais numerosas e múltiplas, reunindo cada vez mais pessoas, são um bom exemplo desta busca.
O que dizer então de um propósito para viver em comunidade? Quanta desilusão! Quanta ingratidão! Quanta vaidade contrariada! Quantos interesses conflitantes! Quanta frustração! Mas quanta alegria…! Quanto reconhecimento…! Quantos amigos…! Quanta coisa realizada, quanta coisa feita…! Fazer, aí está a resposta!
Dias destes, numa reunião, alguém me perguntou: – afinal o que se comemora no dia 12 de outubro? Mais de uma dezena de pessoas presentes deram inúmeras respostas e explicações e, curiosamente observei, dias depois, que ninguém se lembrou do descobrimento da América: Muito menos de Cristovão Colombo. Fui aos livros para tentar lembrar o que ele teria feito além de descobrir a América, evidentemente. Reencontrei o “Ovo de Colombo”! De volta de sua viagem, foi mais uma vez questionado a respeito de sua proeza. O navegador teria então, na ocasião, proposto um desafio para os presentes: Colocar um ovo em pé. Inúmeros tentaram e fracassaram, até que ele, quebrando uma das extremidades do ovo, facilmente colocou-o na vertical sobre a mesa, diante dos protestos gerais: Desse jeito eu também faço!
É esta meus amigos e amigas a resposta para todas as nossas indagações iniciais. Estamos aqui reunidos porque alguém decidiu fazer algo, pelo prazer de fazer. Fazer esta sessão solene. Estamos mais um ano comemorando o aniversário da Lapa, porque alguém – e o sentido aqui também é o coletivo – resolveu fazer uma grande programação.
O que pretendia Colombo, além de chegar a Oeste, navegando para o Leste? Não sei e talvez ninguém saiba. Mas as conseqüências de sua ação, mudaram a história de todo um continente. Assim também deve ser o nosso propósito de vida em comunidade. Porque o que nos define como comunidade é muito mais do que apenas desfrutar de uma proximidade geográfica. Uma comunidade é definida menos por onde vivemos e mais pelas coisas em que acreditamos.

Uma verdadeira comunidade, compartilha princípios morais e éticos, compartilha sonhos e acima de tudo age em conjunto”.

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