José de Oliveira Jr. Repórter
O Instituto Pró Educação Comunitária, iniciativa do maestro Valter Campelo, não poderá mais funcionar no anexo do Colégio Anhangüera. A Secretaria de Estado da Educação comunicou aos integrantes do projeto de que a escola terá de deixar o local no prazo de 30 dias. Segundo a ex-diretora do colégio e atual supervisora de ensino da Diretoria Centro-Oeste, Beatriz Muzi, a razão pela qual a ONG será obrigada a sair do espaço é o tombamento do Anhangüera, uma construção inaugurada em 1912.
Campelo ministra aulas no local desde dezembro de 2002, depois de solicitar uma parceria com a Secretaria de Estado da Educação. De acordo com o maestro, o Instituto Pró Educação Comunitária quer melhorar o acesso à informação básica a pessoas carentes, por meio de aulas de lutiaria, música, nautimodelismo, aeromodelismo, entre outras disciplinas que despertem o interesse e consciência do aluno do Colégio Anhangüera e de membros da comunidade. Neste mês, Campelo abriria inscrição para um curso de alfabetização – o que aumentaria seu quadro discente para 300 estudantes.
De acordo com Beatriz, o maestro descumpriu o acordo com a Secretaria porque não atende a interdisciplinariedade, como o prometido pela Ong. Para ela, a parceria não previa a coleta seletiva, como o que ocorre atualmente. “Reconhecemos que ele (Campelo) reformou o anexo, que antes servia como moradia de mendigos e drogados. Mas o instituto está concentrando entulho e lixo reciclável indevidamente no espaço”, reclama. O anexo terá de passar por um processo de restauração arquitetônica, semelhante ao que ocorre com o Colégio Anhangüera.
A supervisora afirmou que, no começo, o maestro atendia 50 alunos do Anhangüera, prometendo fazer um coral na escola. Também não está oferecendo oficinas culturais. De acordo com Beatriz, os integrantes do Instituto Pró Educação se recusam a dialogar com a diretoria do colégio. Campelo disse querer discutir alternativas. Caso contrário, ele pretende entrar na justiça para tentar ficar no anexo.
