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Considerado uma das memórias vivas da Lapa, o morador e empresário Décio Ferreira coleciona relatos, registros e fotos do início do século. Entre as muitas histórias contadas por ele está a instalação do primeiro meio de comunicação do bairro: um posto de telégrafo que até hoje está na parede de um imóvel da família Sbrighi na esquina da Rua Doze de Outubro com Cincinato Pomponet.
Ferreira revela que o endereço foi sede de um famoso ponto de encontro de lapeanos: o bar-pizzaria Lapa Progride (nos anos 20). Consultando a caixa de ferro fundido na esquina da principal rua do centro comercial, ele identifica o ano de 1910 e os dizeres: São Paulo – Telégrapho Policial – 263, que tinha uma chave e operador para fazer os chamados de autoridades policiais e socorro na época. “Não tinha uma delegacia, era apenas uma subdelegacia”, diz Ferreira.
A esquina teve outras conquistas históricas. “Ali também foi instalada a primeira bomba de gasolina da região”, relata o historiador lapeano, acrescentando que era uma época onde poucos automóveis circulavam pelas ruas e o transporte público era o bonde. “O telégrafo era muito usado pelos funcionários da companhia inglesa São Paulo Raillway, responsável pela estrada de ferro na época”.
A parede do imóvel onde está o telegrafo(escrito com ph) pertence aos irmãos Renato e Sérgio Sbrighi, que herdaram do pai, a propriedade que também foi do avó. Hoje o prédio foi alugado para uma lanchonete “Um militar já esteve em contato conosco solicitando a remoção e transferência do telégrafo para o museu da polícia militar, mas até o momento não voltou a fazer contato para oficializar o pedido”, declarou Sérgio.
Ambulantes que trabalham na frente do bar relatam que policiais tentaram abrir a caixa do telégrafo em setembro do ano passado.
A assessoria do Museu da Polícia Militar confirma que policiais estiveram no local mas não conseguiram abrir a caixa do telégrafo.
O caso está sendo avaliado pois a caixa de telégrafo só interessa ao museu militar se estiver completa.
