A volta das Regionais

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Eduardo Fiora

Nos próximos dias, a ex-vereadora Soninha Francine (PPS) tomará posse como subprefeita da Lapa. Antes mesmo de falar sobre os desafios que ela terá pela frente, julgamos oportuno desviar a reflexão para um outro eixo: o perfil das subprefeituras na gestão Gilberto Kassab (DEM).
A principal pergunta, nesse contexto, não é aquela que procura descobrir como a nova subprefeita irá tocar o cotidiano administrativo. O que mais importa é saber o tamanho da máquina que Soninha irá dirigir, uma vez que se torna cada vez mais evidente que o dem-tucanato paulistano tem outros planos para o sistema das subprefeituras.
Um olhar atento para esse novo perfil de modelo administrativo parece não deixar dúvidas: as subprefeituras estão sendo transformadas em meros balcões de atendimento de serviços de zeladoria (poda de árvores, recapeamento, etc), como acontecia nos tempos das antigas Administrações Regionais.  
Nascidas na gestão de Marta Suplicy, as subs seriam instâncias capazes de absorver funções até então centralizadas em Secretarias. Haveria em cada uma das 31 unidades criadas a reprodução de uma espécie de secretariado regional (coordenadorias). Estavam previstas para funcionar coordenadorias como Saúde, Educação entre outras. Eram estruturas com um certo grau de autonomia, mas que deveriam seguir as diretrizes das respectivas secretarias.
Logo no início da gestão Serra, as subs perderam as coordenadorias de Saúde e de Educação. No governo Serra-Kassab, a coordenadoria de Esportes foi parcialmente esvaziada. O segundo mandato de Kassab tem início com um novo processo de esvaziamento das subs, que irão perder as Coordenadorias de Assistência Social.
Ao tomar posse numa subprefeitura esvaziada de suas funções, Soninha terá de mostrar que está em condições de exercer um papel que vá além da simples zeladoria. Será necessário que ela se apresente como articuladora política capaz de mediar as demandas locais – sobretudo na área do planejamento urbano – junto ao Executivo e à Câmara, de onde saiu deixando muitos colegas irritados diante das acusações que fez contra o próprio Legislativo Municipal.
Raciocínio análogo pode ser feito em relação às estratégias comunitárias em termos de reivindicações. Diante da perda do poder de fogo da Guaicurus, 1000, é necessário encontrar interlocutores privilegiados tanto nas Secretarias quanto nos gabinetes dos nobres vereadores, em particular o G-8, ou seja, aqueles oito parlamentares que, nas eleições de 2008, vieram à região pedir um voto de confiança ao eleitor.  

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