Consternação, indignação e até
mesmo um profundo e incontido sentimento de revolta. Foi assim que
moradores da Pompéia e Perdizes reagiram em relação ao afastamento da
presidente do Conselho Comunitário de Segurança local (Conseg), Elisete
Fabbri por conta de um Boletim de Ocorrência aberto pela subprefeita
Luiza Eluf no 23º Distrito Policial. No B.O, transformado em inquérito,
Eluf diz ter sido ofendida em sua honra. “Ela (Eluf) é uma pessoa
despreparada para a função de gestora pública”, disse Elisete na
reunião mensal do Conseg em 16 de setembro.
Em nota à imprensa, o coordenador dos Conselhos de Segurança do Estado
de São Paulo, Sanenari Oshiro, diz que o caso está sendo investigado
pelo delegado Titular do 23º DP, Mauro Marcelo de Lima e Silva, “que
depois de ouvir testemunhas disponibilizadas pela senhora Luiza Nagib
Eluf decidiu pela instauração de Inquérito Policial”.
Na reunião do Conseg realizada na terça-feira, Oshiro explicou os
motivos que o levaram a optar pelo afastamento de Elisete. “Disseram
(não revela quem) que houve corrupção na ação dos fiscais no caso do
Shopping Bourbon. Diante dessa acusação, que trouxe desarmonia entre o
Conseg e a os órgãos públicos, entendi ser melhor afastar a presidente
até que possamos apurar os fatos (até o início de janeiro)”, afirmou o
coordenador.
Revoltado com a situação que culminou com o afastamento de Elisete
Fabbri, o morador Marco Antonio Gabriel desabafou. “Foram posturas
autoritárias, que lembram os piores tempos da ditadura militar. Se ela
(Eluf) quiser, que me processe também”. Nenhum representante da Sub
estava presente para ouvir as críticas da plenária. “Ouer dizer que a
Secretaria de Segurança afasta a presidente por conta da denúncia feita
publicamente por uma pessoa que estava presente na reunião? Acho isso
um absurdo. Fomos humilhados pela subprefeitura”, acrescenta Vitório
Caselatto.
Representantes da PM e da CET não conseguiam esconder, no encontro do
dia 9 de dezembro, um ar de descontentamento e perplexidade diante do
rumo das coisas.
Sempre em sintonia com as comunidades locais, o capitão PM Hernandes
fez a seguinte declaração. “Não gostaria que esse caso abalasse o
Conseg. Sou um servidor público. Mas não sou perfeito, porque sou
humano. Cometo erros. Minha sala não ostenta minha vaidade. Ela é um
balcão de atendimento aberto a todos, aberto também às críticas. Se uma
vítima me criticar pelo fato de ter sido assaltada saberei entendê-la,
sobretudo no calor dos fatos”.