Seriedade na saúde

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Sem receber novos pacientes desde o início de setembro e com atendimento ambulatorial restrito a alguns casos de retorno, o Hospital Sorocabana, única referência SUS (rede pública) na região, se depara com poucas saídas para voltar a atender a população.
Com dívidas superiores a R$ 200 milhões (segundo fontes oficiais), o hospital da Rua Faustolo, ao que tudo indica, somente conseguirá reabrir suas portas se seus diretores firmarem acordos bem estruturados com setores da iniciativa privada interessados em reerguer e revitlizar a unidade hospitalar.
Apesar do enorme passivo, a recuperação do Sorocabana se mostra um negócio viável, tanto é que empresários (dois grupos distintos) procuraram o presidente do hospital, José Carlos Simião, apresentando planos de investimentos (infraestrutura e equipamentos) e saneamento das finanças. Um desses planos já chegou aos gabinetes da Secretaria Municipal de Saúde e do Ministério Público Estadual (Promotoria da Saúde) e está sendo objeto de estudos.
O aval de órgãos públicos a um negócio que, para ser concretizado, depende única e exclusivamente da concordância da Associação Beneficente Hospital Sorocabana (mantenedora do hospital lapeano) é fundamental, pois afasta da mesa de negociação elementos que, no passado, ajudaram a tornar ainda mais crítica a crise. Curiosamente, alguns deles ressurgem das cinzas, quem sabe buscando atalhos para uma retomada do jogo de interesses inescrupuloso, que acabam gerando negócios mal explicados, como a emissão de notas fiscais de serviços até hoje não justificados.
Saúde, seja ela administrada por entidades públicas, privadas ou mesmo sindicatos, é assunto sério, pois mexe com um valor imensurável: a vida humana. Portanto, a sociedade rechaça qualquer tentativa de negociatas em torno do que sobrou do Hospital Sorocabana. Não há lugar neste momento ou em outro instante qualquer das negociações para pessoas que, em 2009 e 2010, andaram pelo hospital feito ratos de porão.
Se a diretoria do hospital ainda pensa que o poder público injetará dinheiro para reabrir o hospital, essa expectativa tem que ser revista, pois a Prefeitura de São Paulo já deixou bem claro que dentro do atual contexto nenhum centavo entrará na conta bancaria do Sorocabana. Assim, a diretoria do hospital está diante do seguinte dilema: ou encerra as atividades da unidade hospitalar ou se abre para a iniciativa privada, com respaldo da Promotoria e Secretaria de Saúde. É uma decisão difícil, mas que não pode ser protelada.

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