A mobilização de quadros do PSDB em favor do voto distrital majoritário, no tocante à eleição de vereadores, ganha as ruas da região. No sábado, 11, militantes dos cinco Diretórios da Zona Oeste (Butantã, Lapa, Rio Pequeno, Perdizes e Pinheiros) percorreram o centro comercial da Lapa empenhados numa campanha de conscientização sobre essa modalidade de voto, onde é eleito para a Câmara Municipal o candidato mais votado em cada distrito. Isso aconteceria em cidades com mais de 200 mil habitantes, conforme proposta do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP). Para valer a partir das eleições municipais de 2012, a proposta do senador tucano precisa ser aprovada no Congresso Nacional até o início de outubro deste ano.
O senador entende que “no atual modelo, os candidatos a vereador disputam a eleição perante o eleitorado da cidade inteira. São centenas de candidatos correndo de um lado para o outro numa guerra de todos contra todos. Os eleitos chegam à Câmara Municipal sem compromissos sólidos com a comunidade”. Já com o voto distrital majoritário “a cidade é dividida em regiões chamadas distritos, com número igual de eleitores, e cada partido apresenta apenas um único candidato para disputar os votos daquela região. Ganha o mais votado entre os partidos que disputam o pleito”.
Numa rápida leitura, a proposta de Aloysio Nunes faz total sentido, pois o voto distrital acaba, de fato, aproximando o candidato do eleitorado, pois ele se movimentaria numa base territorial menor. Porém, numa metrópole como São Paulo, as dimensões geográficas dos eventuais distritos continuariam a dificultar o contato direto entre candidato e eleitor. Se a região da Sub Lapa, por exemplo, viesse a ser considerada um distrito eleitoral, os candidatos de cada partido teriam que percorrer e conhecer a fundo 40 km², uma área gigantesca se comparada por exemplo aos 12 Km² de São Caetano, uma das mais importantes cidades da Grande São Paulo.
A relação mais próxima entre candidato a vereador e eleitorado precisa ser avaliada por outros parâmetros, que vão muito além da reforma na legislação eleitoral. Este jornal destacou e continuará defendendo a importância de termos na Câmara Municipal o que chamamos de “vereador nato”, ou seja, um parlamentar com raízes nos bairros da gente e profundo conhecedor do tecido social e urbano regional. Um candidato que conviva cotidianamente conosco e que fale a língua da gente, que entenda a alma da gente, de modo a defender, de forma concreta, os anseios das comunidades da Subprefeitura da Lapa não apenas no parlamento paulistano, mas também junto aos poderes públicos.