Atenção redobrada

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Duas questões de vital importância no campo da cidadania da gente devem ser encaradas com o máximo de atenção: a construção da nova sede do Fórum da Lapa – prometida em 2006 e longe do estágio de início das obras – e a reabertura do Hospital Sorocabana, fechado desde 1º de setembro de 2010, soterrando, assim, a única porta de atendimento SUS para internações e cirurgias na região da Subprefeitura da Lapa.
Já escrevemos aqui neste espaço que sem Justiça não há cidadania. Também enfatizamos por inúmeras vezes que a Constituição Federal garante a todos o acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Diante dessas observações, não há como deixarmos de lamentar a lentidão das decisões burocráticas e processuais nos casos Fórum da Lapa e  Hospital Sorocabana, que, somados, trazem incalculáveis  prejuízos à população. 
Depois de haver garantido recursos para a construção do Fórum na gestão Serra, o governo do Estado de São Paulo, na atual gestão Alckmin fala em dificuldades financeiras para tocar a obra, remetendo-a para um outro campo das contas estaduais: o da Parceria Público Privada (PPP). Ou seja, admitindo-se incapaz de gerir a obra em parceria com a Prefeitura, que doou terreno na Lapa de Baixo, o poder público estadual começa a procurar no setor privado parceiro disposto a encarar uma empreitada de R$ 33 milhões. Isso significa nova e difícil tramitação burocrática sem que se coloque prazo para a viabilização da PPP. No momento, esse processo está sendo avaliado no Conselho Gestor da Companhia Paulista de Parceria Público Privada.
Fica aqui um convite aos conselheiros da referida Companhia. Visitem o Fórum da Lapa – prédio central e o anexo da Rua Aurélia. Conversem com os magistrados, advogados e, sobretudo com o cidadão comum que clama por justiça. Conversem, por exemplo, com senhores e senhoras de idade ou então com pessoas portadoras  de deficiência, que impossibilitadas de subirem longa escada, são constrangidas a se submeterem a audiências com juízes bem no nível da rua.
Do hospital da Rua Faustolo restam apenas quatro paredes. Será preciso uma verba orçamentária infinitamente maior do que R$ 33 milhões para restituir à sociedade um complexo hospitalar que se apresente como referência SUS na região da Sub Lapa. Pelo posicionamento do governo Alckmin em relação á construção do Fórum, fica claro que sua gestão teria dificuldades em assumir o novo Sorocabana. Tanto é verdade que a Secretaria Estadual de Saúde admite, em ofício enviado ao vereador Carlos Neder, que uma vez retomado terreno e prédio, o Estado abrirá diálogo com a Prefeitura para levar adiante a municipalização do hospital. Resta agora saber quais os tempos legais e burocráticos que terão de ser vencidos para que  o Sorocabana volte a funcionar. 

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