QUESTÕES AMBIENTAIS

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É preocupante, do ponto de vista ambiental, o quadro do desenvolvimento urbano na Zona Oeste, em particular no perímetro da Subprefeitura da Lapa. Acumulam-se problemas, acentuam-se as distorções, persistem omissões e incoerências na esfera da Prefeitura, ao mesmo tempo em que órgãos oficiais de representação comunitária continuam patinando no exercício de suas funções. É o caso do Parque Orlando Villas Bôas, no qual a área da antiga usina de compostagem da Leopoldina continua ocupada com atividade de reciclagem de lixo não orgânico e a sempre crítica situação da maioria das árvores da região.

Em agosto de 2010, na Vila Ipojuca, o prefeito Gilberto Kassab falava com entusiasmo do programa de geração de renda Zeladores de Praça. “Nosso objetivo é colocar zeladores em todas as praças da cidade. Até o presente momento são mais de dois mil zeladores. São pessoas que estavam sem empregos e foram capacitadas para trabalhar não só nas praças, mas também em equipamentos particulares”. Passados sete meses, o programa, parceria entre as secretarias das Subprefeituras, Trabalho e Meio Ambiente, dá sinais de esgotamento, com zeladores ausentes em praças que fazem partem do programa da Prefeitura

Diante da divulgação no Jornal da Gente (e em veículos de circulação municipal) da construção de um circo na região do Viaduto Antártica em detrimento da ampliação de área verde no local, a Secretaria do Verde e Meio Ambiente (SVMA) silencia, embora esteja envolvida, nesse caso, num mar de contradições apontadas pela Associação Amigos da Vila Pompeia, que há quase duas décadas luta pela implantação de uma praça nesse terreno público.

Parecer do arquiteto da SVMA, Horácio Galvanese, sustentando a necessidade da ampliação da área verde (o que derrubaria o projeto de circo defendido pela Secretaria Municipal de Cultura) foi ignorado pelo secretário do Verde, Eduardo Jorge, que também não levou em conta parecer contrário ao circo emitido pelo gerente de Projeto da SPObras (Secretaria de Obras), Luiz Carlos Lustre. Em seu despacho ela sustenta que “a carência de áreas vedes na região impõe, inexoravelmente, a implantação de uma praça no local.

Mesmo com pareceres contrários à proposta da construção de um picadeiro em zona de grandes impactos ambientais ainda não mitigados, o secretário titular da SVMA, Eduardo Jorge, abriu mão da área verde pleiteada pela comunidade e entregou o caso para o Departamento de Patrimônio da Secretaria de Planejamento (Sempla).

Diante de cenários como esse, o Conselho Regional do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Subprefeitura da Lapa(Cades Lapa) precisa se posicionar publicamente, pois oito de seus conselheiros foram eleitos pelo voto direto da comunidade.

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