Desordem urbana

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A Prefeitura de São Paulo conta com secretarias, atuando em diversos setores da vida administrativa e social da cidade. Duas delas, Segurança Urbana e Gestão Integrada são de responsabilidade de um mesmo secretário, Edson Ortega, que na terça-feira, 27, esteve na Vila Leopoldina, onde se  reuniu com representantes de Conselhos de Segurança Comunitários (Consegs). A pauta era sobre desordem urbana, entendida pela Prefeitura como uma série de fatores: lixo fora do lixo, obstrução do passeio público; moradores em situação de rua; problemas em áreas verdes, entre outros.

Como secretário de Gestão integrada, Ortega, recebendo relatórios da Secretaria de Segurança Urbana, deve coordenar, como titular da Secretaria de Gestão Integrada, o diálogo com outras pastas, de modo a buscar a efetiva solução dos problemas apontados.

No papel, a estrutura parece boa, mas, na prática, os bairros da gente testemunham que se trata apenas de uma peça de ficção. Diante dos grandes problemas urbanos locais, que requerem a ação integrada de órgãos municipais, o que se vê, de fato, é uma grande desarticulação das ações do poder público.

A desordem urbana, por exemplo, na passagem de nível da CPTM, que  liga a Lapa à Lapa de Baixo, requer a ação de vários órgãos municipais como Ilume, Secretaria de Serviços, Limpurb, entre outros. Porém,  isso jamais ocorreu.

O problema dos moradores em situação de rua tem sido tratado mais no campo da segurança (ação da GCM com apoio da PM) do que naquele da exclusão. O avanço do crack na Lapa, Leopoldina e Jaguaré, apesar dos alertas deste jornal e de denúncias de moradores, passa longe de ser centro das atenções das secretarias sob o comando de Ortega, que se mostrou surpreso com os relatos que ouviu quando da reunião com os Consegs.

Na região da caixaria da Ceagesp, o problema é igualmente complexo, requerendo não só ações integradas por parte de órgãos municipais, mas também diálogo com o governo federal, pois o entreposto da Leopoldina está ligado ao Ministério da Agricultura. A chamada Operação Caixaria, que vira e mexe a Prefeitura monta na Leopoldina, está bem mais para o inútil jogo de gato e rato do que para uma ação estrategicamente pensada e executada, conforme já tivemos de a oportunidade de mostrar nas páginas deste jornal por mais de uma vez.

Como que simbolizando a total desintegração das políticas públicas em tantos e tantos casos, no ano passado, diante de situações como moradores de rua, crack e caixaria, a secretária de Assistência Social, Alda Marco Antonio (PSD), e o presidente da Ceagesp, Mário Maurici (PT), se posicionaram pregando ações por parte de orgãos e entes públicos e a busca de projetos com a sociedade civil. Hoje, é fato, sabemos que  foram apenas palavras de ocasião e não compromissos de gestão.

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