Ex-subs discutem modelos de gestão

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Carlos Fernandes, Luiza Eluf e Adaucto Durigan falaram da importância da subprefeitura

Três ex-subprefeitos da Lapa – Adaucto Durigan, Luiza Eluf e Carlos Fernandes, participaram na terça-feira, 3, do Seminário JG: Comunidade e Cidadania, que colocou em discussão o “Papel das Subprefeituras na administração da cidade de São Paulo”. O encontro foi realizado no auditório do Colégio Santo Ivo, Unidade II.
O ponto central do debate foi a diferença entre modelos de gestão de subprefeituras que ora aparecem centralizados ora descentralizados, de acordo com a vontade do prefeito eleito.
Adaucto Durigan, administrador regional e subprefeito durante os quatro anos da gestão Marta Suplicy, fez questão de lembrar a vigência da lei que criou as Subprefeituras. “O governo Marta Suplicy teve a vontade política de colocar em prática um modelo de gestão descentralizada da cidade que já vinha sendo discutido desde os tempos de Mário Covas. É importante lembrar que  a Lei que criou as subprefeituras está em vigor, embora dede 2005 (gestões Serra e Kassab) a gestão municipal tenha optado por um modelo centralizador. Para mim, esvaziar as subprefeituras foi um grande retrocesso”, ponderou Durigan.

Descentralização

Luiza Eluf, subprefeita na gestão Kassab, ocupou o gabinete principal da Guaicurus, 1000, numa administração que começava a acentuar o processo de centralização iniciado no curto governo de José Serra.
Eluf, a exemplo de Durigan, reconhece que é impossível realizar gestão regional com uma máquina pública centralizada. “No Brasil prevalece cultura centralizadora e autoritária, que não gosta de dividir o poder. As pessoas querem mandar sozinhas. É uma questão cultural que gera muitos problemas. A cidade de São Paulo é um país com 11 milhões de habitantes. Se 31 subprefeituras já não dão conta de seus respectivos territórios, imagine o que acontece quando se centraliza a gestão. É preciso atuar perto do munícipe (coordenadorias dentro da estrutura das Subs)”.
Carlos Fernandes foi subprefeito no governo Gilberto  Kassab e conviveu com a Guaicurus 1000 completamente esvaziada de funções (redução a serviços de zeladoria), dada a total centralização da gestão nas secretarias municipais. “A lei das subprefeituras é importante. Ela tem apenas 10 anos. Paris demorou muito mais para aprofundar a descentralização. Estamos apenas no começo de um processo que precisa avançar. Mas como efetivar essa descentralização? Temos que apostar na formação dos Conselhos de Representantes (em cada subprefeitura). Porém, um conselho verdadeiramente comunitário e não instância de representação de minorias organizadas”, destacou Fernandes. 

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