Durante a campanha eleitoral o então candidato Fernando Haddad apresentou uma novidade urbanística: o Arco do Futuro, formado por uma linha curva irregular em torno do centro expandido (incluindo a região da Sub Lapa), e que se alonga em direção à Zona Leste, área de grande adensamento populacional. A linha do Arco se oferece como “nova fronteira” do desenvolvimento. Ela comporta áreas a serem adensadas de forma planejada, o que contribuiria para reduzir a pressão imobiliária e a excessiva verticalização construtiva – com baixa densidade populacional – no centro expandido. De fato, a região tem terrenos que poderão receber usos mais qualificados. Porém, a proposta carece de debate público. Quase todo o território do Arco é composto pelas várzeas de rios que, justamente, por serem inundáveis e frágeis, mereceriam estudo visando sua “não ocupação” e qualificação como reserva ambiental para mitigar as mazelas decorrentes da excessiva ocupação e verticalização. Fala-me muito no conceito de “cidade compacta”, porém, até agora, sem a definição precisa do que realmente consiste esta “compacidade”. Há, ainda, o temor que neste território se repita a abertura de mais terrenos – para desfrute do mercado imobiliário – a serem verticalizados sem que a desejada qualificação dos bairros onde ocorrem, por exemplo, as Operações Urbanas, se verifique.
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