Ensinar a pescar

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Conheci a Dona Lu Alckmin em 1998 num encontro que tive com Lila Covas. Logo de início simpatizei com ela, por ser uma pessoa simples e muito carinhosa.  

Quando o Geraldo Alckmin foi candidato à Prefeito em 2000, a Dona Lu pediu para que o acompanhasse nas favelas da região. Lembro que numa dessas favelas que visitamos, não tinha água encanada e o esgoto corria a céu aberto, passando por dentro de alguns barracos. Nessa favela, a líder comunitária insistiu para que almoçássemos em sua casa. Disse que não, cismada pelo fato do lugar não ser muito limpo. Achei que a Dona Lu também não iria comer ali. Porém, ela aceitou o almoço e após se servir, disse: come Cleusa, que está uma delícia. Não era para aparecer, pois não tinha imprensa e nenhuma máquina fotográfica ali naquele momento. Fiquei com vergonha e muito tocada com aquele gesto, pois eu que vim da pobreza, estava toda cheia de cisma e ela uma mulher tão importante, estava se sentindo totalmente à vontade naquele lugar tão simples.

Esse fato me fez pensar: quero seguir essa mulher. A gente não segue uma pessoa porque ela é autoridade, a gente segue uma pessoa porque a admira. Enfim, o Dr. Geraldo (Alckmin) perdeu a eleição à prefeito e com a morte de Covas, acabou assumindo o Governo do Estado e a Dona Lu passou a ser a primeira-dama. 

Foi neste momento que ela começou a desenvolver os projetos de geração de renda baseada na filosofia de não dar o peixe, e sim ensinar a pessoa a pescar.

Cleusa Ramos Zerbini, presidente da Associação dos Trabalhadores Sem Terra de São Paulo

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