Neste sábado, Dia de Finados, o Cemitério Municipal da Lapa, assim como os demais da Cidade, recebe milhares de pessoas que rendem homenagem aos seus entes queridos falecidos. A expectativa do Serviço Funerário Municipal é que dois milhões de pessoas passem pelos 22 cemitérios municipais da Capital até domingo. Algumas delas anteciparam sua homenagem aos mortos na sexta-feira, Dia de Todos os Santos. E por falar nisso, o Cemitério da Lapa está mesmo precisando de um milagre de tantos problemas que encontramos na breve passagem pelo local na sexta-feira.
Na visita ao túmulo de um parente, uma idosa reclamou da calçada danificada. Placas de concreto do passeio que dá acesso aos túmulos, quebradas, soltas, com parte suspensas no ar, uma armadilha para a senhora que quase foi ao chão. Mais a frente, depois da capela, outra mulher, essa mais jovem, procurava um banheiro. O feminino estava fechado por causa do teto que caiu na quinta-feira, dois dias antes da data de maior movimento no cemitério, Finados. A informação era que três banheiros químicos estavam para chegar. Ao longo do caminho foram muitas reclamações como roubos em túmulos e falta de segurança no velório. O ossário nem se fala.
Mas vale lembrar que o Cemitério da Lapa é antigo e foi criado após a epidemia de gripe espanhola (1918/19) onde eram abertas valas comunitárias por causa do alto número de pessoas que vinham a falecer num curto período. O local ficou conhecido como Cemitério da Goiabeira, por que a área tinha muitos pés de goiaba. Nos seus túmulos estão figuras ilustres e outras anônimas com histórias lembradas pelos moradores mais antigos do bairro.
Esta edição traz boas notícias para o agonizante Goiabeira. O superintendente do Serviço Funerário do Município de São Paulo informa que várias ações e reformas estão programadas para o Cemitério da Lapa. Para evitar os furtos de placas de identificação nos túmulos está prevista uma reforma que inclui colocação de placas de sinalização e a padronização dos túmulos. A medida prevê a troca de materiais de bronze, latão e afins por outros menos atraentes aos ladrões. Os ossários também serão padronizados com pedras de mármore. O reforma nos ossários está previsto neste mês de Finados, enquanto acontece a licitação das placas. Para resolver o problema de furtos no velório, está em andamento estudos para um projeto de monitoramento além da contratação de seguranças.
Agora é preciso que a comunidade cobre as melhorias da Prefeitura sob pena de ficar sem ter onde cair morta.