Reciclando informações

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Cheia de vontade de preservar o meio ambiente, a comunidade procura separar os materiais recicláveis: papel, papelão, vidros, pets e por aí vai. Pena que quase sempre em vão. Moradores reclamam que desde que o secretário Municipal de Serviços, Simão Pedro, e o presidente da Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana, Silvano Silvério, anunciaram a universalização da coleta seletiva para toda área da Subprefeitura Lapa, o serviço tem deixado a desejar.

“Até recentemente só reciclávamos 1,8%  (250 toneladas por dia) das 12 mil toneladas que coletamos todos os dias. Agora já estamos passando de 6% e vamos chegar a 10% até o final dessa gestão (Haddad), colocando São Paulo nos patamares de uma cidade moderna”, afirmou o secretário Simão Pedro, quando esteve na Sub Lapa (em 14/10) para falar da novidade (que virou matéria na edição do JG 635).

Se o secretário e o presidente da Amlurb quiserem atingir o objetivo, eles terão que prestar atenção nos detalhes para fazer campanhas eficientes junto a uma região que passa por transformações, com prédios substituindo casas, misturando os novos moradores que estão chegando com os antigos que tem história na região.

As reclamações não param. Nas últimas semanas, moradores de diversas localidades da região se queixaram da mudança de dia e horário da coleta seletiva. Entre eles está o morador da Lapa de Baixo, José Antonio Cortinolle. Na rua de sua casa (a Sinfonia Branca), ele conta que todos continuam colocando o lixo reciclado como era habitual (na manhã de quarta-feira) porque não receberam o panfleto sobre a alteração de dia e horário citado pelo presidente da Amlurb, em outubro. “Fizemos distribuição de panfletos, de casa em casa, com informações sobre os dias da coleta dos resíduos secos”, concluiu Silvano Silvério, durante o anúncio de ampliação da coleta seletiva. Um detalhe simples como a falha na distribuição dos panfletos (pela equipe da concessionária Loga responsável pelo serviço), pode por tudo a perder.

Na City Lapa, moradores da Rua Tordesilhas relatam que passaram por uma situação diferente da de Cortinolle. Teve casa que recebeu dois panfletos com dias e horários diferentes. O excesso de informação também confundiu os moradores. Até hoje eles não conseguiram identificar quando, de fato, o caminhão da coleta seletiva passa. Tem gente com resíduos estocados que poderiam estar nas centrais de triagem, ampliando a reciclagem como prevê a ação 89 do Programa de Metas do prefeito, mas o material ainda aguarda um destino.

A saída é a Prefeitura investir em uma nova campanha mais eficaz, para que a Cidade, de fato, alcance o resultado esperado e se enquadre entre as mais modernas do mundo, como desejas as autoridades e principalmente a comunidade. Afinal, preservar o meio ambiente vai além da vontade de reciclar, é preciso mais informação.

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