Todo mundo sabe que numa cidade com trânsito caótico como São Paulo, as ciclovias são necessárias para mobilidade urbana, principalmente por se tratar de um meio de transporte não poluente. O problema é que a cada trecho implantado na região da Subprefeitura Lapa surgem reclamações. Assim foi com a ciclofaixa da Vila Romana (como da Rua Coriolano), depois da Vila Leopoldina (Mergenthaler, Barrão da Passagem, Belmonte e Aliados) e agora moradores e comerciantes da Pompeia se queixam que não foram ouvidos sobre o trajeto e que até mesmo o site da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) sinaliza que ao invés da ciclofaixa passar pelas ruas Dr. Augusto de Miranda e Ministro Ferreira Alves, deveria circundar a Praça Ilza Weltman Hutzler e seguir até a Rua José Tavares de Miranda (ao contrário da rota implantada).
Segundo a companhia, não procede a informação de intransigência nas discussões que envolveram a implantação da ciclovia. A CET lembra que o projeto foi apresentado em reunião no Conselho Participativo na Subprefeitura da Lapa, no qual todos os agentes tiveram oportunidade de formular considerações em torno de seu aprimoramento. Em reunião com a CET essa semana, o morador Giovanni Rinaldo Jr se posicionou. “Não somos contra a ciclovia, pois a usamos, mas também achamos que esse traçado não é adequado para todos. Se há possibilidade de melhorar, temos que tentar”.
A gestão Haddad já passa de 410 km de ciclovias na cidade. Com isso, o prefeito bateu a meta dos 400 km de ciclovias previstos para 2015 e que acabou ficando para esse ano.
As rotas para ciclistas não é ideia de Haddad, quando assumiu o mandato em 2013 a cidade já tinha as rotas para ciclistas deixadas pelo gestão anterior, de Gilberto Kassab. Passeios de bikes já eram comuns entre grupos de moradores e amigos, principalmente nos finais de semana e feridos. Período que a via era compartilhada com outros veículos, hoje as faixas são pintadas em vermelho e segregadas de outros modais de transporte.
Depois disso, os pedidos para mudança das ciclofaixas se transformaram em um problema para a CET que realiza reuniões com moradores, mas acaba mantendo os trajetos.
As falhas de implantação são apontadas como agravantes na segurança dos usuários. A CET deve ficar atenta aos buracos que ficam por baixo da tinta da tinta vermelhas implantadas pela companhia, para que essas ciclofaixas não se tornem armadilha para os próprios ciclistas.
Diálogo nunca é demais. Ouvir a comunidade pode evitar desgaste político e perda de voto para o prefeito Fernando Haddad que busca a reeleição em outubro.
Aliás, em ano eleitoral, tem político que foge do assunto ciclovia porque sabe que dificilmente terá êxito na reivindicação de mudança do trajeto, mesmo em trechos subutilizados por ciclistas. Enquanto não consegue ser ouvida, a alternativa da comunidade é dar uma bicicleta de presente nesse Dia das Mães para seguir o caminho das pedaladas traçadas por Haddad.