Associação reclama da ocupação de calçada por moradores de rua

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Foto: Maria Isabel Coelho

Maria Isabel Coelho
Barracas de pessoas em situação de rua no canteiro da Avenida Gastão Vidigal

A futura secretária de Desenvolvimento Social, Soninha Francine terá um grande desafio a partir de janeiro de 2017, que hoje é de Luciana Temer: lidar com a questão dos moradores de rua, dependentes químicos e o conflito da ocupação de espaços públicos pela população que vive pelas calçadas da Cidade. Na área da Subprefeitura Lapa, as vias do entorno da Ceagesp e o canteiro da Avenida Gastão Vidigal são os locais preferidos da população de rua para montar suas barracas pela oferta de alimentos, drogas e de “bicos” (trabalho) na própria Ceagesp.

Viva Leopoldina – Para o presidente da Associação de condomínios Viva Leopoldina, Umberto de Campos Sarti, o bairro se encontra em processo de favelização. “Milhares de cidadãos encontram-se privados de se deslocar para seus trabalhos, Ceagesp e residências. Na Rua Dr. Avelino Chaves, crianças voltando da escola andam no meio da rua, pois temos calçadas ocupadas por barracos de usuários de drogas. Classificar todos como moradores de rua é um erro. O mendigo, o pedinte e o carroceiro são uma minoria que convive há década na Vila Leopoldina. O que temos é um polo crescente de consumo de drogas, sem qualquer ação dos governos Municipal e Estadual no desenvolvimento de políticas eficazes de combate às drogas e internação de usuários, especialmente de crack. A Associação Viva Leopoldina entende que rua não é lugar de moradia digna”.

A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) informa que atua em toda a região da Lapa, incluindo a Vila Leopoldina, por meio de orientadores sociais do Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS) com ações preventivas e encaminhamentos para os serviços da rede socioassistencial como os Centros de Acolhida (albergues). Cada pessoa tem seu motivo para rejeitar o encaminhamento, mas o trabalho é permanente e sempre com a missão de convencê-los a deixar as ruas. 19São Paulo conta com 80 centros de acolhida (um deles, o Zancone, na Vila Leopoldina) que, juntos, ofertam cerca de dez mil vagas fixas, onde eles podem se alimentar, tomar banho, lavar suas roupas e ter acesso a serviços socioassistenciais. Já as unidades móveis do Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS) IV (como o trailer da Rua Manoel Bandeira) foram instaladas em locais identificados como cenas de uso (de drogas). O trabalho da Assistência Social em parceria com a Saúde é fazer uma vinculação e o encaminhamento na própria rede. Não se trata de uma reprodução do modelo do De Braços Abertos na Luz.

Já a Subprefeitura Lapa esclarece que realiza ações de zeladoria relacionadas aos procedimentos e ao tratamento da população em situação de rua, às terças, quintas e sextas-feiras com serviços de limpeza em áreas da região. A SubLapa informa ainda que, por semana, são retiradas cerca de cinco toneladas de materiais nas vias da região.

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