Mobilização constante

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Administrar a Lapa não é uma tarefa fácil. Se este mês o assunto foi a organização dos blocos de carnaval e da prefeitura para minimizar os impactos, essa é apenas uma das grandes atividades que acontecem por aqui. Além de ser uma das primeiras em número de blocos, a região e áreas próximas contam com quatro escolas de samba: Dragões da Real, Mancha Verde, Rosas de Ouro e a campeã do Grupo de Acesso Águia de Ouro, que retorna agora ao Grupo Especial.

Além das escolas de samba, temos grandes movimentações semanais, seja por seus dois estádios, Allianz Parque e Pacaembu, pelos shoppings, pelo centro comercial da Rua Doze de Outubro e arredores, Mercado Municipal da Lapa, Parque da Água Branca e o grande eixo de entretenimento que passa pelo Memorial da América Latina, Villa Country, Audio Club, Espaço das Américas, além de estudantes das universidades da região. Para falar apenas do Allianz Parque, que tem uma capacidade para 43 mil pessoas em dias de jogos e 55 mil nos shows, temos praticamente a migração de uma cidade como Mongaguá, Boituva ou Campos do Jordão que se desloca para cá, quando os eventos estão cheios. Isso dimensiona a preocupação dos moradores do entorno do estádio que têm suas ruas lotadas semanalmente.

Contar com essa grande programação é um desafio, bem como uma oportunidade. Quando falamos de orçamento sabemos que o cobertor sempre é mais curto do que deveria, e a administração pública precisa ser muito eficiente para, com recursos limitados, realizar todas as tarefas cotidianas e ainda receber tanta gente. Por outro lado, ser palco do encontro de multidões é um ótimo argumento para cobrar do executivo mais recursos e investimentos em infraestrutura, fundamentais para essa mobilização constante e necessária.

Apesar da lenta recuperação econômica, novos empreendimentos aparecem a cada esquina, com destaque para a Vila Anastácio e Vila Leopoldina, e, eventualmente, serão o lar de novos moradores, novos lapeanos. Um grande fluxo de pessoas não é negativo quando bem organizado, assim como um pouco de atividade comercial em bairros residenciais, que também pode ser bem-vinda. Poder fazer uma pequena compra a pé no caminho de casa, sem ter que pegar o carro, é bastante prático. É tudo uma questão de equilíbrio, fiscalização e punição dos responsáveis por quaisquer incômodos.

Então, seja nos blocos de carnaval ou nas atividades que já integram a agenda da região, que cidadãos da Lapa e poder público estejam alinhados e cooperem para garantir a qualidade de vida dos moradores e receber os “turistas” semanais da melhor forma possível.

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