Empatia

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Vivemos tempos sombrios, onde a sociedade tende a se separar cada vez mais através de discursos opostos e inconciliáveis ao invés de se unir para o bem comum. A morte da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro, demonstra claramente essa segregação de opiniões. É importante lembrar que pobres, ricos e policiais, todos são vítimas da violência que acontece no estado vizinho, mas quando uma pessoa perde a vida por questionar e criticar a forma que uma intervenção é realizada (pelo menos é isso que todos os indícios apontam) é que percebemos a verdadeira miséria que existe no País. A expressão “manda quem pode, obedece quem tem juízo” deveria há muito ter sido enterrada, para que todos possam construir juntos um Brasil melhor.

Na região, outro tipo de construção foi tema da semana. Na audiência pública sobre a revisão da lei da Operação Urbana Consorciada Água Branca mais um discurso antagônico se fez notável: empresários do setor imobiliário x população que luta por moradia digna. Um morador do Jardim das Perdizes chegou a ser hostilizado na hora em que foram abertas as manifestações do público, antes mesmo de sua fala, apenas pelo anúncio do bairro onde mora. E ele defendeu que a operação seja agilizada para realizar as melhorias sociais que estão previstas. É inaceitável que o nosso governo não tenha pressa para atender às necessidades das pessoas que vivem há anos em condições insalubres e inadequadas nas comunidades que existem nos territórios compreendidos pela operação, ou mesmo em qualquer outra região da cidade.

Não se pode perder o foco de que o mais importante para todos é o desenvolvimento. A lei pode auxiliar que o setor imobiliário empreenda, gere empregos e receita, mas com a contrapartida de que este processo seja acompanhado de melhorias ambientais, urbanísticas e sociais. Empreendedores e população devem se aliar para que todos prosperem e tenham mais qualidade de vida. O maior inimigo da população é a ineficiência do estado, que além de não ter previsto a construção ordenada da cidade, permite que a desigualdade se prolongue por tanto tempo.

E por falar em tempo, outra perda desta semana foi de uma das mentes mais geniais que já existiu, o físico Stephen Hawking, que acreditava no poder de transformação das pessoas: “Não importa o quanto a vida possa ser ruim, sempre existe algo que você possa fazer, e triunfar. Enquanto há vida, há esperança”. Que possamos ter empatia uns pelos outros, independentemente de inclinação política, econômica ou classe social, para construir algo bom para todos.

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