Sorocabana em foco

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Desde o fechamento do Hospital Sorocabana, a comunidade cobra a sua reabertura em reuniões de conselhos, abaixo-assinados e manifestações. Não tem cabimento que uma região como a Lapa não tenha um hospital público com leitos para atender a grande população que aqui vive e trabalha.

A precarização da saúde não é um problema apenas da esfera pública e ter um plano de saúde não é mais garantia de conforto e segurança dos beneficiários. Com a crise que se instaurou no País, cujos efeitos ainda estão bem presentes, não foram poucas as pessoas que tiveram como única opção o atendimento pelo SUS, um sistema que conceitualmente é muito bom, mas na prática está longe de funcionar como deveria.

A nossa Constituição é maravilhosa em sua concepção, quando diz, entre outras coisas, que a saúde, educação, moradia, trabalho, previdência social, proteção à maternidade e à infância, assistência aos desamparados, segurança, lazer, vestuário, alimentação e transporte são direitos dos cidadãos. Mas quanto disso realmente vemos na prática? É válida a luta para que cada vez mais nos aproximemos desses ideais, mas temos que considerar que a urgência das necessidades do povo não pode esperar até que o cenário previsto pelo documento que rege nossa sociedade se consolide. Enquanto muitos lutam pelo modelo desejado do que deveria ser um hospital público, tantos outros morrem nas filas, esperando atendimento.

No caso do Sorocabana surge no horizonte uma possibilidade que talvez não seja a que todos gostariam. Mas entre ter um hospital fechado ou um que atenda pelo menos parte da população, não seria melhor ficar com a segunda opção? O papel dos gestores, seja de uma empresa ou na administração pública, é resolver os problemas da forma mais eficaz e eficiente possível. E foi gestão que o atual governo prometeu em sua campanha.

A discussão se o Estado deve ser maior ou menor é antiga, com fortes defensores em ambos os lados. Naturalmente o campo ideológico conduz as pessoas a se identificarem com um ou outro partido e lutarem pelo modelo de governo que acreditam ser adequado. Mas ao invés de apenas aceitar, sem desconfiar dos interesses que estão por trás de uma parceria público-privada, ou criticar apenas por discordar do posicionamento político de uma gestão, é fundamental pleitear aquilo que atende o interesse do maior número possível de pessoas.

Todos concordam que a saúde é prioridade para a população e que o Hospital Sorocabana tem vocação para oferecer, se não o mais perfeito, algum atendimento. Que possamos deixar as diferenças de lado para participar e, juntos, reconquistar esse equipamento tão importante para a região.

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