Viabilização das moradias sociais

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A questão da habitação social é apenas mais uma das falhas de planejamento ao longo dos anos. Em um país em que a desigualdade é histórica, precisamos de muito engajamento para concretizar projetos que são caros, complexos, mas que fazem parte de um dos direitos fundamentais que é o de ter uma moradia digna.

Temos hoje na região duas discussões referentes ao tema. A Operação Urbana Consorciada Água Branca tem recursos, planos de obras e a necessidade da população que está no território. É preocupante a demora para cada pequeno avanço do projeto e elencar prioridades se faz necessário. A obra de canalização para combater as enchentes nas avenidas Francisco Matarazzo e Pompeia sem dúvida foi importante, mas não se pode ignorar a segurança das pessoas que vivem em moradias inadequadas. A defesa civil atua para minimizar o problema, mas lida com um círculo vicioso, já que com a crise, falta de oportunidades e contínuo aumento de preços, as pessoas voltam para as áreas de risco.

Na reunião que aconteceu na Câmara esta semana, o secretário Fernando Chucre falou da intenção de começar a construir ainda este ano as moradias para as pessoas da comunidade da Água Branca que foram cadastradas em 2009. É essencial iniciar o projeto, mesmo que para apenas uma parte da população, para que em seguida o foco seja atender as demais pessoas que precisam.

Já na Vila Leopoldina a iniciativa privada manifesta seus interesses no potencial de transformação do bairro. O PIU Leopoldina é o que está em estágio mais avançado no município. Com a eventual saída da Ceagesp, teremos talvez o último grande lote disponível na cidade, que comporta diversos tipos de empreendimentos e equipamentos. Não é possível planejar a requalificação de um bairro pensando apenas em um público específico. Sabemos que a cidade é heterogênea e que cada vez mais os bairros devem ser estruturados para acomodar e oferecer serviços para pessoas de todas as faixas sociais.

A população deve tomar conhecimento e participar desses projetos, afinal é muito melhor intervir enquanto tudo ainda pode ser redefinido, do que criar soluções para novos problemas que podem surgir. Precisamos pensar em planos duradouros para a cidade.

Enquanto nos contentarmos com soluções rápidas e mais fáceis, aquilo que foi pensado para ser provisório acaba como definitivo. São as políticas sólidas que podem diminuir o desequilíbrio tão latente na vida urbana e reduzir o grande passivo econômico e social que temos hoje. A dignidade humana deve ser sempre o norte para o trabalho do executivo, legislativo e judiciário.

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