A (i)mobilidade brasileira

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Hoje, dia 31 de maio, quando escrevo estas linhas, a paralisação dos caminhoneiros que o Brasil vivenciou já perde força. O abastecimento e a vida dos cidadãos começam a voltar à normalidade, mas as memórias destes dias certamente perdurarão e precisamos aprender com elas.

As lições são muitas, mas vou me ater a uma: um sistema logístico com alicerces em um único modal não pode funcionar.

É assim nas cidades. Precisamos ter transporte público, sobre roda e sobre trilhos, boas vias para veículos e calçadas, como as que priorizamos no Lapa 21. Um sistema integrado evita gargalos e não deixa a população refém.

E, como vimos, é assim em um país. Os trilhos não são a solução mágica, mas são parte dela, se aliados aos caminhões e as hidrovias, que podem ser resgatadas. Uma rede conectada e eficiente.

O brasileiro tem mania de concentrar as coisas. Temos aqui a CEAGESP que é um exemplo disso. Tudo precisa chegar lá para depois sair, muitas vezes de volta para o lugar de onde veio. O modelo é burro e o resultado é que facilmente entra em colapso.

Nestes dias de greve quem vendeu algo por lá foram produtores locais. Isto é outro fator para a inteligência da rede: descentralização.

O baque da greve foi grande e rápido porque não temos políticas públicas estruturadas. Resta saber agora se serviu de aprendizado, ou se foi só mais um capítulo da nossa história de soluções de curto prazo.

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