Comecei essa série de “diários da quarentena” achando que teria no máximo duas ou três edições sobre isso. Da mesma forma, nunca imaginei que um jornal local tivesse que dedicar tantas páginas a um tema de repercussão internacional como uma pandemia. Mas dá para falar de outra coisa no momento? É pertinente? Acho que não faz sentido ignorar esse “elefante na sala”.
Mas muitas coisas sem sentido estão acontecendo. É complicado demitir um ministro, um capitão, um piloto, enquanto a tempestade está em curso. E não que o Luiz Henrique Mandetta fosse infalível em seus atos. Por exemplo, como deputado federal ele votou a favor da PEC do Teto dos Gastos que retirou cerca de R$ 22,5 bilhões da saúde. Mas como ministro ele estava sendo razoável em suas recomendações e seguindo os planos internacionais.
Também é válido questionar: faz sentido falar em impacto econômico quando o preço a se pagar poderá ser o de vidas? Lógico que ninguém quer uma recessão grave e falências, mas antes de lidar com qualquer problema é preciso estar vivo. Muitas pessoas já estão percebendo isso, não por ter uma posição política à direita, à esquerda ou centro, mas porque os casos de mortes estão deixando de ser números para virarem nomes. É triste, mas é verdade.
E se tem uma coisa que podemos perceber, especialmente na internet, é que as pessoas não aguentam mais notícias ruins. Estamos cansados, mentalmente exauridos desse estado de alerta constante. Precisamos de notícias boas, de planos de ação, de mais casos de cura, de avanços na criação da vacina. Como veículo de comunicação, jamais vamos recomendar que as pessoas deixem de ver notícias, mas talvez filtrar a quantidade e qualidade das informações seja válido.
E as coisas boas também estão por aí, as ações solidárias, a parceria entre entidades públicas e privadas para socorrer quem está em maior vulnerabilidade, mutirões de doações por toda parte, voluntários que usam seu tempo para ajudar os outros.
Por aqui, vamos fazer a nossa parte: prestar serviço. Seja unindo quem pode doar e quem precisa receber, seja informando as últimas ações na região, seja apontando o que merece atenção enquanto vivemos esse momento tão atípico. Nosso jornal é semanal e com esse cenário onde tudo muda muito rápido a proposta é trazer os destaques. Também estamos na internet e temos um podcast, então não hesite em entrar em contato conosco por qualquer canal. Sempre defendemos o estímulo do comércio local e agora é a hora de apoiar os estabelecimentos que estão próximos de você, para que eles continuem lá quando tudo acabar. Não sabemos quando e como isso vai ser, mas vai acabar.