A quarentena e a necessidade de isolamento social causaram grande impacto em diversos segmentos, um deles o de transporte escolar. Morador da região e membro do Conseg Leopoldina, Sinuhe Alberice trabalha no ramo desde 2015, e sua esposa, Maria Helena, há 17 anos. “Paramos de fazer o transporte no dia 15 de março, quando pararam as aulas. Naquele momento ainda tínhamos a esperança de que íamos voltar logo. Conversamos com os pais, alguns continuaram pagando e demos um desconto de 30%, mas mesmo assim nem todos conseguiram pagar. Depois alguns pais foram ficando desempregados e tiveram até que tirar as crianças da escola”, conta Alberice.
O apoio que poderia vir do governo ou de linhas de crédito também não foi possível. “A Prefeitura, depois de muita luta, adiou a renovação de documentos que a gente precisa fazer a cada seis meses, algo que custa em torno de R$ 200. Não tivemos auxílio nenhum do governo do Estado ou da Prefeitura. Fomos abandonados. Foram abertas linhas de crédito para quem tem microempresa, mas nem todos que trabalham com transporte têm ou preenchem os critérios necessários, então não conseguiram pegar esse empréstimo com taxas baixas. Muitos amigos meus tiveram que encontrar um jeito de se virar. Um está fazendo pão, uma amiga que trabalhava com transporte está oferecendo faxinas e alguns que tinham reservas estão parados”, diz. Na quarta-feira (12) a Câmara aprovou em primeira votação o projeto de lei que prevê um salário mínimo para taxistas e motoristas de vans escolares durante a pandemia. O projeto deve passar pela segunda votação e seguir para sanção do prefeito Bruno Covas.
Sinuhe conta que escolheu esse trabalho para ter mais qualidade de vida, após trabalhar muitos anos com engenharia de desenvolvimento de peças automobilísticas. Maria Helena, que trabalhou em banco, decidiu seguir o mesmo caminho de seus pais que era o transporte escolar. Com a pandemia e as vans paradas em casa, o casal teve que se reinventar para conseguir sua renda. Sinuhe está trabalhando com móveis planejados, área que teve aumento de procura com o grande número de pessoas que aderiu ao home office. Já Maria Helena tem feito serviços de costura, confecção de máscaras, tortas e bolos no pote. A expectativa do casal é que o trabalho que faziam não volte esse ano. “Enquanto não tiver uma vacina, é difícil a vida voltar ao normal”, conclui Alberice.
Quem quiser conhecer o trabalho com móveis personalizados de Sinuhe Alberice pode acessar a página (www.facebook.com/moveispersonalizadosSMGV). Já os trabalhos da Maria Helena estão disponíveis em (www.facebook.com/mariahelenaatelierdecostura).