Na segunda-feira (10) o conservador-restaurador Toninho Sarasá, do Estúdio Sarasá, e o arquiteto Marco Aurélio Scriboni, da Ambiência Arquitetura e Restauro, escritório da renomada arquiteta Ana Ditolvo, estiveram na Sociedade Beneficente União Fraterna para coletar amostras das paredes internas e externas da sede. Os materiais serão analisados para determinar sua composição e assim ser feito o restauro conforme as especificações do Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo). “Recuperar é estabelecer uma relação de pertencimento do patrimônio histórico. Para manter a perpetuação do patrimônio precisamos passar para a geração futura a afeição que a geração atual tem. Além da materialidade, precisamos buscar os saberes e fazeres dos antigos artífices, o que a escolha dos materiais representou na época da construção e como foi feito. Isso é uma forma de gerar cultura”, afirma Toninho Sarasá.
Foram coletadas duas amostras do revestimento interno, onde fica a cozinha, e outras duas da parte externa. Após a remoção, foi colocada uma argamassa de cal virgem para proteger a estrutura exposta de intempéries até ser refeito o restauro. “Vemos que a União Fraterna foi feita com linhas clássicas e uma argamassa que imita granito. Por muito tempo houve esse entendimento de que o cimento com a mica dá essa aparência de pedra artificial, que além de transparecer compatibilidade com o edifício, dura décadas. Vamos levar as amostras para determinar a composição exata para fazer o restauro. A diferença entre uma reforma e o restauro é que na reforma você conserta ou deixa um lugar bonito, no restauro você recupera o valor histórico cultural”, explica Sarasá, que entre outros projetos participou de restauros no Museu de Arte Sacra de São Paulo, no Forte de São João de Bertioga, Escola Estadual Anhanguera, no Tendal e Poupatempo Lapa.