Educar para evoluir

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Contrariando as teorias conspiratórias que sempre duvidam das pesquisas, a eleição do último domingo (15) confirmou as expectativas e foram para o segundo turno os candidatos Bruno Covas e Guilherme Boulos. Essa definição representa bem a dicotomia política da cidade, ou mesmo do país. Ser o candidato da atual gestão não é fácil, já que os holofotes estão constantemente sobre seus erros e acertos. Isso é ainda pior em um ano atípico como esse de pandemia. Também não é fácil ser da oposição em um cenário onde o preconceito fala mais alto que o diálogo e existem muitas fake news à solta. As eleições do dia 29 de novembro serão bastante ideológicas.

Já na Câmara Municipal, o resultado surpreendeu. Alguns vereadores que até esperávamos se reelegeram, outros ficaram surpreendentemente de fora. Novos nomes também chegaram e essa legislatura terá temas importantes para discutir, como a revisão do Plano Diretor Estratégico e o travado PIU Vila Leopoldina/Villa-Lobos.

Mas agora acho válido falar sobre uma iniciativa importante que talvez não tenha recebido todo o destaque que merecia. O Governo do Estado inaugurou durante a semana o primeiro Centro de Inovação da Educação Básica Paulista na Escola Estadual Professora Zuleika de Barros Martins Ferreira, na Pompeia. Estudantes poderão utilizar esse espaço, no contraturno de suas aulas regulares, para a criação de projetos ligados à robótica, prototipagem, programação e cultura maker de forma geral. Eu que já fiz matérias sobre esse tipo de ensino em uma das escolas particulares mais caras da cidade, posso dizer que a estrutura montada na escola pública não deixa nada a dever.

Esse tipo de projeto é fundamental para a iniciação dos jovens em áreas alinhadas ao mercado de trabalho atual e do futuro. Precisamos cobrar que essa iniciativa e similares sejam ampliadas para permitir o acesso de mais pessoas. Garantir que um aluno que estuda em uma escola estadual da Zona Leste não deixe de ter essa oportunidade pelas dificuldades de mobilidade da cidade por exemplo.

Se há muitos anos o foco do país fosse investir em educação e formar profissionais de ponta, não teríamos caído em armadilhas econômicas tão grandes, como preterir nossa incipiente indústria para sermos produtores de commodities, ou mesmo ter uma só nação como principal cliente da nossa produção agrícola, o que nos torna dependentes dela. Só a educação vai garantir que sejamos o país que temos potencial de ser.

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