A Enel Distribuição São Paulo, concessionária de energia elétrica que atua em 24 municípios da Grande São Paulo, realizou um evento virtual para veículos regionais de imprensa na terça-feira (3). O encontro que contou com a participação do presidente da Enel no Brasil, Max Xavier Lins, teve como objetivo apresentar os investimentos da concessionária e as ações de desenvolvimento e sustentabilidade.
Vinicyus Lima, responsável pela operação da Enel, afirmou que a concessionária já investiu R$ 3 bilhões em melhorias desde 2018, o que permitiu aprimorar o atendimento através da tecnologia. “Quando um cliente entra em contato para relatar falta de energia, através do processo de auto recomposição nosso técnico consegue fazer testes e religar a rede de forma remota. Se isso não resolver, conseguimos acionar as equipes mais próximas para ir até o local e reestabelecer a eletricidade”, explica. O processo é semelhante ao que foi implantado na ciclovia do Rio Pinheiros, projeto que foi inaugurado no último dia 31, com a instalação de 260 pontos de iluminação inteligente que podem ser gerenciados de forma remota, no trecho entre a ponte do Jaguaré e Cidade Jardim. Os novos pontos somados aos 130 já existentes cobrem uma distância de 10 km e, com a nova iluminação, a partir do dia 17 de agosto a ciclovia terá entrada permitida até 23h com circulação até meia-noite.
Loren de Souza Almeida, head de inovação da Enel, falou sobre os 409 projetos sociais, culturais e ambientais relacionados à economia circular, reaproveitamento de materiais, geração de renda, desenvolvimento local, conscientização ambiental e empoderamento feminino, que já beneficiaram 1,5 milhão de pessoas. Anualmente a Enel realiza 300 mil podas em toda sua área de atuação, 40% delas na cidade de São Paulo. Os resíduos dessas podas são reciclados e transformados em biomassa.
Com o recente aumento nas contas de luz em decorrência dos baixos níveis hídricos nos reservatórios, o JG questionou se há a previsão de racionamento ou meta de consumo residencial previstos para 2022. “Vivemos uma escassez hídrica no último período chuvoso, que foi o pior dos últimos 91 anos. O governo federal, que é o responsável pela segurança elétrica no país, está atento a essa questão e deve realizar medidas de conscientização. A situação do ano que vem vai depender da qualidade e quantidade do próximo ciclo chuvoso. O aumento das bandeiras acontece através da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) que impõe a bandeira amarela e vermelha quando os reservatórios de água das grandes represas estão com níveis baixos. É uma sinalização econômica para que o consumidor residencial, comercial ou industrial coloque o pé no freio e faça um consumo consciente”, explicou o presidente Max Xavier Lins, que afirma que a bandeira vermelha deve seguir nas contas de luz até o final deste ano.
Outro motivo para o aumento do valor foi o reajuste anual, realizado no dia 4 de julho, que é um repasse de custos dos sistemas de transmissão, distribuição e de impostos, conforme estabelecido no contrato de concessão. Em 2020 o reajuste foi de 9%. “Para exemplificar, se temos uma conta de R$ 100 paga por um cliente, R$ 20 é a parcela que vai para a distribuidora, enquanto o restante são encargos setoriais, impostos e repasses para o sistema de transmissão que faz a energia chegar em todos os lugares”, afirma o presidente da Enel Brasil.
Questionado sobre os planos de realizar o enterramento da rede, Max Xavier Lins afirma ser um investimento muito elevado para o momento que oneraria todos os consumidores. “Temos 43 mil km de rede elétrica sendo quase 3 mil km de redes subterrâneas. Esse formato tem inúmeras vantagens e é o nosso sonho de consumo para todo o Brasil, mas 1 km de rede subterrânea pode custar entre 8 a 15 vezes mais do que a rede aérea. Temos clientes heterogêneos, e mesmo se houvesse dinheiro para isso, impactaria ou inviabilizaria o acesso à energia elétrica para as camadas mais desprovidas de renda”, disse Lins. Outro tema do encontro foi o prejuízo que a Enel tem com os casos de consumo irregular e furto das estruturas. “Agimos em conjunto com a Secretaria de Segurança Pública para coibir a prática de furto e punir quem a comete. Já em relação ao consumo irregular, sabemos dos problemas sociais que existem no Brasil e em São Paulo, com ocupações que se conectam clandestinamente na rede, então temos um programa para a regularização dessas redes. Tornar o consumo clandestino em regular beneficia os clientes, que podem usar sua conta de luz como comprovante de endereço, solicitados em compras no varejo para o cadastro no CadÚnico que permite pagar a tarifa social”, afirma Lins. Segundo o presidente, no último semestre a Enel teve uma perda de 10,5% em sua área de atuação, da qual 5,5% é decorrente de ligações clandestinas e 5% por causa de roubos e furtos na rede.