Nasci na Água Branca, conheci boi (tinha), cavalo, pavão, pato… assim como as crianças da minha família e com certeza de vários de vocês; aprendi o que era serrapilheira, estudei legislação ambiental, conheci pessoas incríveis que dedicam a vida aos animais, conheci o museu geológico, conheço e tenho amizade com produtores da feira orgânica… por causa do Parque da Água Branca.
Mas não só. Eu e milhares de paulistanas e paulistanos conhecemos e nos apaixonamos pela cultura tradicional do estado de São Paulo neste parque. Dancei e cantei folia de reis, catira, jongos, umbigada, congos, cururus, trança-fitas, congada de sainha… com violeiros e orquestras de violas. Participei dos cortejos com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, com irmandades do Espírito Santo da religião católica e também irmandades de umbanda, candomblé, indígenas, ciganos… numa cantoria da cultura de paz… tudo sem pagar R$ 1 sequer, no Parque da Água Branca.
A maioria dos frequentadores vem de ônibus e trem. As atrações são os patos, pavões, marrecos, galinhas, pintinhos, carpas, gatos, tudo junto e misturado. As árvores, nascentes e festas da cultura tradicional. Tudo é a razão de um parque público estadual urbano. Tirar ou cobrar para acessar a cultura e natureza significa não existir mais o Parque da Água Branca.