Modernizar e preservar

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As cidades mais evoluídas são aquelas que conseguem conciliar seu crescimento natural, o que inclui a modernização de sua estrutura, e a preservação do seu patrimônio. Mais avançadas ainda são aquelas que oferecem a seus residentes e turistas opções culturais de forma acessível. Museus gratuitos, visitação a prédios históricos, áreas públicas de lazer que todos podem usufruir.

O que não falta na Lapa são histórias. Fundada, ou talvez o melhor termo seja desbravada, por Jesuítas, nossa região passou das características rurais de fazendas para a formação de olarias. Com a construção da malha ferroviária chegaram os imigrantes que trouxeram sua própria cultura e tradições. O futebol, paixão nacional, teve um grande capítulo por aqui com os times de trabalhadores das ferrovias. Algumas das curiosidades mais preciosas da Lapa serão transmitidas no principal canal da TV aberta para toda a cidade de São Paulo e região metropolitana, no programa Mistura Paulista neste sábado às 14h. Vale a pena acompanhar algumas das histórias que sempre figuram aqui nas páginas do JG, dessa vez em formato audiovisual.

No momento difícil que vivemos, em que a solidariedade é tão fundamental, não tem como não pensar no papel da Sociedade Beneficente União Fraterna que foi tão importante na prestação de serviços e apoio aos seus associados. O nome, estabelecido em 1925, veio da fusão da Sociedade Ítalo Brasileira de Mutuo Socorro, fundada em 1907, e da Mutuo Socorro Centro Operário, fundada em 1922. A União Fraterna, que aparecerá na TV este sábado, mantém em seu acervo uma grande quantidade de documentos, correspondências, fotografias e livros históricos desde sua fundação.

Outro imóvel também teve sua importância legalmente reconhecida durante essa semana. A Casa Amarela da Vila Romana foi tombada pelo Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo). Além de preservar sua história, ligada a de tantas famílias que chegaram ao país e fizeram da região seu lar, o tombamento garante a preservação da estrutura em um bairro cada vez mais verticalizado.

Nossa cidade tem um déficit habitacional de aproximadamente meio milhão de moradias. Ao mesmo tempo vemos diversos entraves e lentidão na construção de habitações de interesse social e obras aceleradas de prédios de alto padrão. A cidade comporta mais pessoas e é possível fazer isso com qualidade. A verticalização tende a ser inevitável, mas nosso patrimônio, os imóveis que preservam importantes memórias do passado, não pode ser prejudicado nesse processo.

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