Lazer é essencial, mas…

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Cultura e lazer são essenciais. São os pilares que fazem a vida ter cor, que nos estimulam a seguir em frente mesmo diante de uma semana puxada, que nos transportam para um lugar que nos faz esquecer das dificuldades da vida. Assistir a um filme, estar em um show ou mesmo acompanhar uma partida do nosso time do coração não podem ser vistos como supérfluos. Precisamos desses momentos.

O acesso à cultura, lamentavelmente, não é para todos. Ir ao cinema em família é algo que chega facilmente a R$ 100. Um show, ainda mais se for de um artista internacional, pode custar R$ 600, R$ 700. Por isso devemos celebrar todas as iniciativas que se propõem a levar a arte para quem não pode gastar com ela, caso do Cinesolar que entrega a magia dos filmes para estudantes da rede pública e moradores de localidades periféricas. O projeto também realiza oficinas que podem despertar a paixão pelo trabalho cinematográfico e, quem sabe, fazer nascer um novo diretor ou diretora.

Por falar em paixão é surpreendente o que as pessoas estão dispostas a fazer para encontrar com seus ídolos. Acampar por meses na rua é uma delas, caso que ocorreu no Allianz Parque em mais de uma ocasião. Oferecer uma estrutura para esses fãs, de forma que eles não fiquem expostos às inseguranças do espaço público ou mesmo ocupem um lugar de passagem seria bom, mas é um problema bem menor se comparado à constante perturbação do sossego que os frequentes eventos podem gerar. Para além do fechamento de ruas, bagunça, lixo deixado nas ruas, conviver com ruído excessivo é insalubre. Faz mal para a saúde.

Se fosse ocasional, até seria compreensível, mas para os vizinhos do Allianz Parque são poucas as semanas em que nada acontece. Grandes shows devem ocorrer em locais com uma acústica preparada para não afetar quem mora ao lado. Apesar da administradora afirmar que vem adotando todas as medidas mitigatórias para reduzir o impacto, sabemos que o problema está longe de ser resolvido.

E o pior é quando algo assim consegue sobrepor suas vontades à lei. Multas são pagas e soluções para ignorar as notificações são encontradas. Sabemos que a demanda pelos eventos existe, ainda mais depois de dois anos em que nada pode ser realizado. Shows previstos antes de 2020, que dependem do entendimento e agenda de muitas partes, vão acontecer. Não seria nem justo impedi-los depois de tanta espera. Mas até quando os vizinhos vão ter que conviver com a insalubridade? Uma solução precisa ser encontrada, investimentos maiores serem feitos ou então um novo local para eventos noturnos com altos decibéis deverá ser considerado. Não é justo uma empresa lucrar prejudicando a saúde dos outros.

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