São Paulo não pode ser somente um palco para negócios imobiliários. O Plano Diretor introduziu em 2014 os Eixos da Estruturação Urbana, em lugares específicos, onde é possível construções gigantescas. Atendeu o mercado imobiliário.
Por outro lado, previu elaborar Planos de Bairro “a fim de fortalecer o planejamento e controle social local e promover melhorias urbanísticas, ambientais, paisagísticas e habitacionais na escala local por meio de ações, investimentos e intervenções previamente programadas”, com a suposta participação popular. Realizou planos inócuos, sem alteração do zoneamento tão necessária para corrigir distorções criadas, não enfrentaram questões ambientais, sociais, de mobilidade e econômicas, tratando-se de uma peça “cosmética” sem conseguir transformar e qualificar o território.
É na escala local, no bairro, dentro do seu Distrito (são 96 ao todo em 32 subprefeituras) que deveria se dar o controle mais efetivo do território. É preciso que Executivo e Legislativo ouçam seus cidadãos e promovam planos locais, estabelecendo metas, prazos, padrões de controle do uso do solo e seus limites de sustentabilidade ambiental, urbanística, etc., elaborados com a participação efetiva dos moradores, com poder de decisão e veto para alcançar a almejada qualificação urbanística que tanto queremos.