Um dos bairros de São Paulo mais afetados pela especulação imobiliária, Perdizes corre o risco de perder parte de seu patrimônio histórico e ter seu ambiente urbano comprometido pela avassaladora onda de verticalização que a região vem sofrendo. Pelo menos é essa a visão da AMORA Perdizes – Associação de Moradores e Amigos de Perdizes -, que, diante desse quadro, convocou a população para uma reunião aberta, no sábado, 25, cujo objetivo foi discutir o adensamento urbano na cidade como um todo e especialmente na região.
“Perdizes tem sido um dos bairros mais afetados pela especulação imobiliária que segue uma lógica de adensamento urbano sem planejamento algum, e que além de não resolver o problema de moradia para população de baixa renda em São Paulo, tem causado perda irreparável da qualidade urbana e do patrimônio histórico e cultural. São inúmeros os impactos ambientais, como os causados pela enorme extensão de terrenos e calçadas cimentadas que impedem a absorção da água das chuvas, o bloqueio do sol devido à altura dos novos edifícios, e a falta de reposição de árvores suprimidas em um bairro já carente de praças e áreas de lazer, entre outros”, alerta a nota divulgada pela entidade.
“Diante deste cenário, a AMORA reuniu especialistas para debater, juntamente com todos os interessados, os desafios da luta pela preservação do patrimônio ambiental, histórico, cultural e afetivo da cidade”, explicou a mediadora do debate e membro da AMORA, a arquiteta e urbanista Flávia Britto.
De acordo com os especialistas participantes, os impactos da verticalização urbana desenfreada são inúmeros e atravessam desde questões de saúde até questões práticas, como a sobrecarga dos sistemas públicos. E, sendo assim, é preciso crescimento com planejamento, sempre. Um dos exemplos de luta dos moradores de Perdizes é a preservação das casas da Rua Bocaina, ameaçada pela construção de duas torres com mais de 30 andares no local.