Superação e urgência

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Rafael Cervone é presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e primeiro vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)

A Pesquisa Fiesp de Intenção de Investimento em 2024, divulgada recentemente, demonstrou a capacidade de superação da indústria. Apesar de persistirem as históricas dificuldades de acesso ao crédito, mais acentuadas para as pequenas e médias empresas, e das elevadas taxas de juros, cresceu a disposição do parque fabril paulista de aplicar recursos em máquinas, equipamentos, instalações, inovação e P&D.
Constatou-se que 57% dos empresários entrevistados pretendem investir este ano, ante 43% em 2023. O avanço é relevante, mas é crucial entender por que 30% não farão e 13% ainda não decidiram. A resposta é dada pelo próprio levantamento: elevada carga tributária, baixa taxa de expansão do PIB, comprometendo o retorno do dinheiro despendido, e crédito restrito. Há, também, os empecilhos enfrentados pelas pequenas e médias empresas para conseguir, por meio do sistema financeiro, contratar linhas especiais do BNDES.

Em todas as frentes, passando pela redução dos juros, é fundamental elevar a taxa de investimentos, que foi de apenas 16,5% do PIB em 2023 (fonte: IBGE), índice muito abaixo das médias globais e aquém do mínimo necessário, em torno de 25%, para alavancar o desenvolvimento. Os industriais paulistas demonstraram sua capacidade de superação e confiança ao aumentarem sua disposição de investir. No entanto, para que o Brasil cresça de maneira mais significativa são decisivas políticas públicas e medidas voltadas a destravar o acesso das empresas aos financiamentos.

 

 

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