Em favor do verde

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O Alto da Lapa é conhecido como o pulmão verde de nossa região e concentra uma das maiores áreas preservadas de praças e vegetação de toda a cidade. Por isso, é justo e certo que quem mora aqui se preocupe em lutar para manter intactas essas árvores centenárias. E essa tem sido uma luta constante, uma verdadeira queda de braço dos moradores com a especulação imobiliária, que não respeita os limites para a preservação do nosso verde, hoje tão necessário para tentar conter os efeitos do aquecimento global.

Percebemos que quanto mais, não só o Alto da Lapa mas toda essa região que engloba a Subprefeitura Lapa, se torna valorizada em termos de estrutura de comércio e serviços, atraindo gente de toda cidade para cá, mais as construtoras e incorporadoras avançam sobre os terrenos disponíveis para novos empreendimentos. Visando apenas o lucro, elas não se preocupam minimamente em estudar o impacto que essas construções e o adensamento vão provocar no entorno dos novos prédios.

E, o que é pior, o Legislativo também não impõe limites à especulação imobiliária, visto o que vem acontecendo com a revisão da Lei de Zoneamento: mais interessados em atender aos interesses da indústria imobiliária do que os da população, os vereadores insistem em aprovar pontos do projeto que transformam quadras estritamente residenciais de bairros nobres da capital em zonas de uso misto e tornam todas as zonas exclusivamente residenciais próximas de corredores de ônibus e metrô em zonas de estruturação urbana (ZEUs).

A mais recente luta envolvendo a questão da preservação ambiental da região tem como campo de batalha o terreno pertencente à Ordem dos Salesianos e que abriga o Seminário Teológico Pio XI, uma enorme área verde no Alto da Lapa. Recentemente, parte dessa área, que envolve justamente o jardim com árvores centenárias, foi vendida para a construtora Tegra. Revoltados, os moradores afirmam estar percebendo, pouco a pouco, essa manta verde diminuir, com o corte paulatino das árvores. E isso antes mesmo de qualquer indício de projeto imobiliário para o local. Com um grupo ativo e fortemente mobilizado, vão usar de todas as armas possíveis para evitar que essa derrubada continue e que prédios venham a tomar conta de um terreno que deveria ser preservado.

O JG encampa esta luta. Não somos, obviamente, contra o desenvolvimento da região. Ao contrário, esperamos que ela prospere sempre mais. Isso, no entanto, deve acontecer de forma sustentável, para que não prejudique a qualidade de vida de quem escolher viver aqui.

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