De bem e de mal com o verde

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A nossa cidade está vivendo uma das maiores secas de que se tem notícia. Na semana passada, por pelo menos três dias consecutivos, a qualidade do ar em São Paulo foi a pior do mundo, segundo os registros de monitoramento feitos pela agência suíça IQAir.

Aqui na região, temos um dos maiores cinturões verdes da cidade, formado por um grande número de praças e bosques localizados, principalmente, no Alto da Lapa. Em tempos de mudanças climáticas, é preciso que esse pulmão verde da Zona Oeste seja preservado, pois ele é vital para manter a qualidade de vida de todos nós, moradores.

Nesse sentido, temos hoje uma boa e uma má notícia. E peço a você, leitor, licença para começar pela informação positiva, já que sou uma pessoa otimista por natureza. Até porque ela vem do nosso Clube Pelezão – uma das áreas de lazer mais frequentadas da região -, que depois de passar por uma grande reforma estrutural, com a modernização das quadras e revitalização do complexo aquático, ganha agora uma comissão específica para cuidar de seus jardins.

Com uma área de 100 mil metros quadrados repleta de vegetação, os jardins do Pelezão vêm sofrendo com a seca. Essas áreas, atualmente, estão com a terra ressequida e sem grama. É um ‘verde desbotado’, ‘triste’, que tira muito da beleza do clube. A ideia da comissão, formada por integrantes do CADES Lapa e do próprio Pelezão, é revitalizar toda essa área verde, começando por mudar os procedimentos de roçagem e limpeza feita pela equipe de jardinagem e, assim, preservar as espécies de árvores e plantas lá existentes e trazendo outras.

Já a notícia ruim vem do Bosque dos Salesianos, cujas várias espécies de árvores centenárias de grande porte correm o risco de serem derrubadas e substituídas por outras bem menores, dando lugar a um empreendimento imobiliário construído em área de preservação ambiental.

Mesmo com a mobilização de um representativo grupo de moradores que luta pela preservação dessa área, a construtora Tegra, que comprou o bosque dos padres salesianos, poderá se valer da regra de compensação ambiental para ir avante com o projeto, sem levar em conta que, para tanto, matará um grande número de árvores e alterará o equilíbrio ambiental da região, cortada por córregos. O cenário que pode advir daí é o de uma região com potencial para alagamentos e sem proteção verde.

Como moradores, precisamos ficar atentos a essas notícias e nos mobilizarmos para colaborar com os bons projetos e combater as iniciativas ruins. Bem antes do que imaginamos, isso será vital para a nossa sobrevivência!

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