Mobilidade alternativa

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A cidade de São Paulo segue avançando na oferta à população de alternativas sustentáveis de mobilidade, como ciclovias e ciclofaixas e o aluguel de patinetes elétricos compartilhados realizado por meio de parceria com empresas privadas. Temos, atualmente, mais de 700 quilômetros de vias com tratamento cicloviário permanente. Aqui na região da Subprefeitura Lapa contamos, por exemplo, com ciclovia na Avenida Gastão Vidigal, na Leopoldina, e ciclofaixa ao longo da Rua Coriolano, na Lapa. Isso sem contar a área do Alto da Lapa, que é interligada por ciclofaixas. Atualmente, a Prefeitura está realizando obras para prolongar a ciclovia da Avenida Queiróz Filho, que terá 1,15 quilômetro de extensão e se conectará à malha cicloviária existente na Avenida Professor Fonseca Rodrigues e na Avenida Gastão Vidigal.

Todo este investimento, sem dúvida, é extremamente positivo, pois demonstra o esforço do poder público em adaptar nossa cidade à era da sustentabilidade ambiental. Mas ao enfrentarmos, todos os dias, o trânsito caótico da cidade – seja de carro, ônibus, moto, patinete ou bicicleta -, que se torna ainda mais complicado pela configuração desordenada das vias, é impossível não questionar se, pelo seu tamanho e complexidade viária, São Paulo realmente comporta o uso desses frágeis veículos sustentáveis.

Nossa cidade, é fato, não tem as características urbanas de Amsterdã, na Holanda, onde a bicicleta sempre foi o principal meio de transporte. E, infelizmente, nós paulistanos não fomos criados na mesma educação holandesa. Então, apesar de muito necessário, o investimento na malha cicloviária precisa ser extremamente bem planejado, sob pena de se tornar algo perigoso à população, tanto de ciclistas e motoristas quanto de pedestres.

Ressalto isto porque, como motorista e pedestre – pois eu, pessoalmente, não sou muito adepta das bicicletas, especialmente no trânsito de uma cidade grande… – acho extremamente perigosa a configuração das ciclofaixas, na minha opinião muito estreitas e mal sinalizadas. Na Rua Mergenthaler, por exemplo, onde está o prédio dos Correios, existe uma ciclofaixa no canto da calçada e, ao lado dela, enfileiram-se as vagas de estacionamento. Tal desenho é confuso, dificultando o entendimento dos pedestres que vão atravessar a via e dos motoristas que precisam estacionar, além de perigoso para os ciclistas que usam a faixa.

São Paulo precisa, sim, avançar na sustentabilidade do trânsito, mas, neste caso, o investimento em obras deve vir respaldado por projetos mais inteligentes e por campanhas mais intensas de educação no trânsito.

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