Mais um vendaval de problemas

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Os ventos de até 100 quilômetros por hora que atingiram toda a cidade na última quarta-feira, 10, deixaram, mais uma vez, um rastro de árvores caídas, carros destruídos, calçadas arrebentadas e vias obstruídas na região. Isso sem falar no grande número de casas que, como já é comum acontecer em ocorrências assim, ficaram por várias horas sem energia elétrica.

De acordo com o balanço divulgado na madrugada da quinta-feira, 11, pelo subprefeito coronel Paulo Adriano Telhada, via postagem no Instagram, mais de 40 árvores de grande porte caíram na área da Sub Lapa, exigindo uma operação de emergência das equipes de poda e corte, realizada em conjunto com a Defesa Civil e equipes das secretarias municipais.

A diferença, pelo menos em relação à atuação de zeladoria, é que desta vez a subprefeitura estava mais bem aparelhada para atender às inúmeras ocorrências, já que, recentemente, houve um aumento de duas para oito equipes de poda de árvores atendendo os vários distritos da Lapa. Pelo que acompanhamos por relatos de moradores e do próprio subprefeito nas redes sociais, isso permitiu que a situação estivesse sob controle já na madrugada pós-vendaval.

O mesmo, mais uma vez, não pode ser dito em relação à interrupção do fornecimento de energia elétrica e ao trabalho realizado pela Enel na região. Na Leopoldina, por exemplo, onde eu moro, muitos trechos de ruas ficaram sem iluminação durante a noite toda. No meu prédio, a energia acabou por volta do meio-dia da quarta e foi restabelecida somente às 9 horas da manhã seguinte: ou seja, aqui ficamos 21 horas sem luz, acompanhando o desespero uns dos outros vizinhos com o risco de a comida estragar na geladeira.

Nos 27 anos em que moro na região, este talvez tenha sido o maior tempo que fiquei sem luz. Com esta edição do jornal para terminar de ‘fechar’ – como falamos no jargão jornalístico – sentia a apreensão crescer a cada nova previsão de restabelecimento informada pelo atendimento da Enel. Cito meu exemplo pessoal para ilustrar que a falta de estrutura da Enel afeta – e muito – a rotina das pessoas, causando transtornos, mais ou menos graves, a todo mundo.

Com a realidade das mudanças climáticas trazendo um ‘novo normal’, a Enel deveria se reestruturar para atender à população de São Paulo de forma mais digna e eficiente, prevendo e não apenas se desculpando pelas catástrofes.

Não podemos continuar aceitando que uma empresa do porte da Enel, que se credencia a atender uma cidade do tamanho na nossa, dê como desculpa a fata de equipes e a fragilidade dos equipamentos para a demora no restabelecimento do serviço. Esperamos uma atitude firme e definitiva do poder público; ou o serviço oferecido pela concessionária melhora ou o contrato com a Enel deve ser, finalmente encerrado!

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