Tamanho não é documento. Prova disso é o estrago que o pequenino mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, vem fazendo em toda a Cidade. Na região não é diferente.
No período de 4 de janeiro a 28 de março, a Secretaria Municipal de Saúde registrou 31.980 notificações na Cidade e 8.063 casos confirmados e contraídos no município (autóctones). Mais de 38% desses casos estão concentrados na zona norte de São Paulo. Na area da Subprefeitura Lapa já foram confirmados 207 casos (71 no distrito da Lapa, 48 no distrito da Leopoldina, 34 em Perdizes/Pompeia, 29 no Jaguaré, 21 Jaguara e 4 na Barra Funda). Também foram confirmadas mais duas mortes nas regiões leste e sul da cidade, somando quatro óbitos por dengue na Cidade.
E a situação pode piorar, abril é considerado o período de maior incidência da doença. Os cuidados com os possíveis focos do mosquito dentro de casa devem ser redobrados. É que o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, é mesmo vetor da febre amarela e da chikungunya. Ele é encontrado principalmente em locais de grande concentração humana e vive dentro das casas. Daí o perigo.
Somente a fêmea transmite a doença, quando pica uma pessoa em busca de sangue para amadurecer os ovos. Ela ataca durante o dia, principalmente ao amanhecer e no final da tarde, preferencialmente nas pernas.
Em média, cada fêmea chega a colocar entre 150 e 200 ovos de cada vez. Ao contrário do que muitos pensam, o inseto coloca seus ovos milímetros acima de sua superfície da água, principalmente em recipientes como latas e garrafas vazias, pneus, calhas, caixas d’água descobertas, pratos sob vasos de plantas ou qualquer outro objeto que possa armazenar água de chuva. Quando chove, o nível da água sobe e entra em contato com os ovos que eclodem em pouco mais de 30 minutos. Em cerca de cinco a sete dias, a larva passa por quatro fases até dar origem a um novo mosquito. Essa rapidez na multiplicação resulta em maior contaminação da população que lota os serviços de Saúde.
Com o crescente avanço da doença, a Secretaria Municipal de Saúde instalou seis tendas na Cidade para atendimento exclusivo as pessoas com sintomas de dengue. Na área do Hospital Sorocabana está uma das tendas, ou melhor, o serviço foi implantado na casa ao lado da AMA 24 horas. A AMA permanecia lotada nas últimas semanas, dos 800 atendimentos por dia, 300 eram de pessoas com sintomas de dengue. Entre eles moradores da região da Subprefeitura da Lapa (a própria Lapa, Lapa de Baixo, Leopoldina, Vila Anastácio, Ipojuca, Romana, Pompeia, Barra Funda, Perdizes etc), e também de outras localidades como Freguesia do Ó, Pirituba, Perus, Brasilândia.
Na quinta-feira, o prefeito Fernando Haddad anunciou reforço no combate ao Aedes aegypti. Homens do Exército vão ajudar agentes de saúde nas visitas as residências para orientar a população a eliminar os possíveis focos do mosquito. A situação exige muita atenção, disse o prefeito, sobretudo no combate aos focos, já que 80% deles encontram-se dentro das residências. Ou seja, o cidadão pode ajudar eliminando qualquer recipiente com água parada para afastar o perigo da contaminação pelo dengoso inseto.