No concorrido evento de posse de Soninha Francine na Subprefeitura Lapa, na segunda-feira, 19, um fato chamou a atenção: a presença em peso da cúpula do PPS, partido ao qual ela se filiou em setembro de 2007( após deixar o PT) e concorreu à Prefeitura de São Paulo no ano seguinte.
Para prestigiar a nova gestora regional compareceram à sede da Sub Lapa o presidente nacional do PPS, Roberto Freire (ex-senador e deputado federal); o presidente do Diretório Municipal do partido, Carlos Eduardo Fernandes; os vereadores da bancada do PPS na Câmara Municipal, Milton Ferreira e Cláudio Fonseca; além do deputado estadual Davi Zaia.
O deslocamento dessa significativa e representativa comitiva partidária em pleno mês de janeiro, quando é praticamente inexistente a articulação parlamentar (os Legislativos estão em recesso), surge como sinal inequívoco da volta da ação política nos gabinetes, corredores e bastidores da Rua Guaicurus, 1000.
Se acreditarmos nas palavras de Soninha, que garante não existir loteamento político de qualquer espécie no ato de sua indicação como subprefeita, há de se tomar como positivo o aceno que o PPS dá no sentido de respaldar a nova missão da jovem ex-vereadora, pois sem interlocução política os problemas sociais e estruturais dos bairros da gente dificilmente serão resolvidos.
Basta lembrar, por exemplo, que a antecessora de Soninha garantiu, em fevereiro de 2008, que conseguira, junto à Prefeitura, a liberação de R$ 4 milhões para serem aplicados em obras contra enchentes em duas áreas críticas: a região onde está localizada a própria subprefeitura e o cruzamento das Avenidas Francisco Matarazzo e Pompéia. Quase um ano depois, sem que no nível parlamentar houvesse uma ponte efetiva e eficaz capaz de pressionar e sensibilizar o Executivo, tal verba não chegou à Lapa e à Pompéia que, mais uma vez, sofrem com as fortes chuvas de verão, conforme resgitrado pelo JG semanas atrás.
Portanto, se o desembarque do PPS na região não é, como garante a subprefeita, sinônimo de fisiologismo, será absolutamente legítimo esperar que os vereadores da legenda socialista (integrante da base de sustentação de Kassab na Câmara) se juntem ao G-8 (o grupo de vereadores que nas eleições de 2008 vieram pedir e conseguiram votos nos bairros da Sub Lapa) e passem a acompanhar de perto as demandas locais, encaminhando-as com ações legislativas e com interfaces junto ao prefeito e seu secretariado.