Tem quem reclame que a região da Lapa ficou esquecida dentro do Plano Diretor Estratégico (aprovado no final de 2013), que traça as novas diretrizes de desenvolvimento da Cidade para os próximos 16 anos. Não é assim, o Plano Diretor prevê pelo menos dois arcos de desenvolvimento para a região (o Tietê que inclui a Lapa e o Pinheiros que inclui a Leopoldina), que fazem parte de um arco maior, o Arco do Futuro, uma promessa de campanha do prefeito Haddad, para transformar São Paulo em uma Cidade mais equilibrada do ponto de vista urbanístico, ambiental, econômico e social, a partir dos dois principais rios – Pinheiros e Tietê, que drenam as principais bacias hidrográficas; da existência das ferrovias, que determinaram a localização das estruturas produtivas ao longo dos séculos XIX e XX, e da presença de antigas áreas industriais, cuja reestruturação abre espaço a um novo aproveitamento pela cidade. A área da Subprefeitura Lapa (com seus distritos) reúne todos esses elementos estruturantes, o que revela o tamanho das mudanças previstas para região nos próximos anos.
Fora isso, o andensamento da Vila Romana, Pompeia e Leopoldina, com a substituição de casas por condomínios, a polêmica em torno do futuro da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), sua saída ou permanência na Leopoldina, e a ampliação do tombamento da City Lapa, são questões que devem ser apresentadas na audiência pública que a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano realiza neste sábado para revisão da Lei de Uso e Ocupação do Solo, a Lei do Zoneamento, no auditório das Faculdades Rio Branco, na Lapa de Baixo. A Lei detalha as regras para organizar cada pedaço da cidade, definindo quais atividades podem ser instaladas em cada lote e quais características a edificação deve ter para se encaixar melhor no espaço urbano. As regras evitam que um comércio, se instale numa rua residencial, prejudicando o bem-estar dos moradores, por exemplo.
A audiência será a oportunidade de propor alteração para áreas onde o zoneamento já ficou descaracterizado com instalação de empresas e comércios. Daí a necessidade de readequar as regras de parcelamento de uso e ocupação do solo a nova realidade da região e ao Plano Diretor da Cidade.
Neste sábado, os moradores poderão apresentar suas propostas, seus sonhos e desejos para um bairro mais sustentável e com qualidade de vida para todos.
Chegou a hora de deixar o sofá, sair da zona de conforto e debater a revisão do uso e ocupação do solo nosso de cada dia. Vamos ao debate, a hora é essa!