Pensar crítica e criativamente a segurança pública, no contexto do ordenamento de capital humano qualificado de gestão é o caminho mais adequado para que possamos apresentar à comunidade soluções que não signifiquem “o mais do mesmo”.
A identificação e acompanhamento dos grupos e fatores de risco é peça fundamental para a elaboração de políticas e ações voltadas à redução da criminalidade, bem como para o monitoramento e avaliação destas.
Nos últimos meses, no 4º BPM/M, estudos foram realizados no intuito de construir instrumentos capazes de acompanhar a evolução da crimina- lidade contemplando dois aspectos fundamentais: primeiro, a necessidade de introduzir mecanismos de gestão de distribuição de recursos e acompanhamento dos resultados alcançados por diferentes estratégias de ação; segundo, a necessidade de aprimorar o processo de gestão compartilhada, por meio da difusão de informações à sociedade como forma de trazê-la a participar, na condição de co-responsável pela Segurança Pública, segundo a própria concepção constitucional.
Nesse contexto o Policiamento da região comercial da Lapa, a exemplo das demais regiões afetadas à responsabilidade do Batalhão, tem se orientado não por denúncias de “crises” relativas à segurança que adquirem visibilidade pública pelo apelo sensacionalista, mas por programas definidos a partir da detecção de padrões e regularidades, estabelecendo perfis criminais que permitem avançar no processo de planejamento e implantação de ações operacionais e no desenho de políticas de segurança pública focalizados em públicos e estratégias estabelecidas em contextos específicos.
Para tal, um conjunto de técnicas e métodos tem se desenvolvido para a identificação de “hot spots” ou áreas com alta incidência de criminalidade que têm servido de base para o planejamento do emprego conjunto de diversos segmentos: 2º BPChoque; Regimento de Cavalaria, Força Tática; policiamento Ostensivo a pé, constituído pelo Efetivo administrativo do Batalhão e Equipe de Força-Tarefa, que agrega Recursos Humanos e matérias das diferentes Companhias Operacionais.
Evidentemente não haverá soluções milagrosas nem receitas prontas para a construção de “um mundo novo”, que precisa ser transformado em aspectos tão diversos.
Organizado com o objetivo de se instituir uma metodologia de análise orientada à centralização de intervenções públicas para um objeto extremamente complexo, a manutenção da paz social, o 4º BPM/M procura assim, dar mais um passo na construção de alternativas que, se nunca chegarão a ser uma só, se apresentem como instrumento a ser usado e avaliado, gerando mudanças viáveis e sonhos possíveis na área de Segurança Pública, a partir da informação, da geração do debate e do esclarecimento.
Rinaldo de Albuquerque Pereira
Ten. Cel. PM – Comte. do 4º BPM/M
