Dignidade racial

0
664

A Lapa tem o privilégio de abrigar o Congresso Nacional Afro-Brasileiro (Cnab), entidade que luta pela igualdade de direitos e oportunidades aos negros. Fundada em 20 de novembro de 1995, a Organização Não-Governamental sem fins lucrativos, instalada em 21 Estados brasileiros se inspirou no nome do Congresso Nacional Sul-Africano.
“Quando a Cnab foi fundada na Rua Tomás Antonio Gonzaga, na Liberdade, graças à ajuda do Sindicato dos Eletricitários, ela se inspirou na luta da África do Sul, sem perder a personalidade brasileira”, conta seu presidente, Eduardo de Oliveira, professor de Literatura e Cidadania.
A sede nacional da entidade fica na Rua Catão, onde faz parcerias com instituições em projetos de promoção da igualdade de oportunidades. “Todas as nossas atividades são preferencialmente para negros, mas não exclusivamente. Ajudamos pessoas carentes de todas as etnias”, garante o professor. A Cnab, juntamente com a União Municipal dos Estudantes Secundaristas (Umes) e com a Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade, através do Programa Bolsa Trabalho-Cursinho, abriu em agosto um curso pré-vestibular, destinado a jovens carentes, na sede do Lapeaninho, localizada na Rua John Harrison.
Além deste convênio, o Congresso também é uma das 17 entidades no Estado de São Paulo que participam do Programa Brasil Alfabetizado, iniciativa da Secretaria Extraordinária de Erradicação do Analfabetismo do Governo Federal.
Segundo Oliveira, a sua entidade também conta com prestígio internacional. Participou com 14 delegados na Terceira Conferência Mundial Anti-Racista. O encontro foi promovido pela Organização das Nações Unidas em agosto de 2001, na cidade sul-africana de Durban. O Brasil enviou 600 membros, a maior delegação fora da África.
Perguntado como percebe o problema racial no Brasil atualmente, o professor é categórico. “A elite ainda entende que vivemos numa democracia racial, o que já foi desmentido historicamente. No entanto, passamos por um estado de autoconscientização nacional, com uma visão crítica, o que significa que a sociedade brasileira começa a reconhecer o erro histórico da escravidão com suas nefastas conseqüências, mostrando que os brasileiros estão dispostos a retribuir, ainda que superficialmente”, finaliza o professor.
Quem quiser conhecer o Congresso Nacional Afro-Brasileiro pode visitar sua sede na Rua Catão, 486, Vila Romana. Informações sobre a entidade ou o Cursinho Pré-Vestibular pelo telefone 3672-7765 ou pelo e-mail cnabnacional@ig.com.br.

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA