A indefinição política contaminou a economia. A paralisia nos negócios e o desemprego crescente dominam as rodas de conversa entre lideranças e empresários da região. Esse domingo será de decisão com a votação do impeachment da presidente Dilma Roussef, na Câmara Federal.
A espera é cruel. A tensão política dos corredores de Brasília parece que contaminou o ambiente regional. O início da reunião do Conselho Participativo Municipal da Subprefeitura da Lapa, por exemplo, foi uma loucura, na quarta-feira. Alguns conselheiros falavam e outros discutiam ao mesmo tempo.
A sensação é que todos estão surdos ou com nervos à flor da pele com o impasse do impeachment. Afinal, milhões de brasileiros estão com decisões congeladas por conta da crise política Nacional. Queda na arrecadação de impostos, atraso no pagamento de contas básicas como água (Sabesp) e luz (Eletropaulo) e queda no movimento do comércio estão entre sinais da crise que o País atravessa.
Muitos não admitem, mas a política faz parte do cotidiano de todos. As decisões do governo afeta a vida das pessoas. Nesse momento de ânimos exaltados é preciso manter o controle, a civilidade e pensar no melhor para toda sociedade Nacional e local, sem privilegiar apenas esse ou aquele grupo. Exemplos apontados como equívocos, que podem resultar em caminhos incertos, devem ser excluídos da cartilha daqueles conselheiros (participativo, de segurança, de Saúde ou de Meio Ambiente, entre outros) que pretendem seguir a carreira política. A sociedade dá sinais de cansaço do jogo de interesse, das denúncias de corrupção e desvios de recursos que refletem em prejuízos como falta de leitos hospitalares, de vagas em creches e de habitação, por exemplo.
Do Conselho Participativo se espera mais foco no que é de interesse de toda região. Afinal, o Conselho Participativo Municipal é um organismo autônomo da sociedade civil, reconhecido pelo Poder Público Municipal como espaço consultivo e de representação da sociedade no território da Subprefeitura Lapa. Todos seus conselheiros foram eleitos para exercer o controle social e assegurar a participação no planejamento e fiscalização das ações e gastos públicos, como também sugerir ações e políticas públicas no território da Subprefeitura. E é aí que devem concentrar seus esforços. O povo está cansado de tantas intrigas e indefinições.
A espera não é fácil. A expectativa é que o resultado da votação do impeachment não provoque violência e nem vire um muro entre lideranças e moradores. Afinal, depois do domingo, a vida continua nos bairros da gente.