A transformação prevista no Projeto de Intervenção Urbana do Arco Tietê abrange nada mais nada menos que uma área de 6 mil hectares, que inclui várias regiões da Cidade, entre elas a Lapa. A proposta de desenvolvimento propõe, entre outras, a criação de áreas verdes, abertura de córregos e habitação de interesse social, aproximando trabalho e moradia em áreas subutilizadas ao logo do rio e da ferrovia.
A arquiteta e coordenadora do projeto de Área de Intervenção Urbana Centralidades da SP Urbanismo, Anna Gabriela Callejas apresentou as transformações propostas para o perímetro do Arco Tietê, com destaque para a região da Lapa e o desenvolvimento previsto ao longo do rio e da ferrovia, como prevê o Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo. Anna Gabriela lembrou que a densidade populacional da Lapa é menor do que a área comporta, com proporção de três vagas de emprego para cada habitante. As mudanças têm a intenção de trazer mais pessoas e fomentar o serviço na região. “Será um adensamento com qualidade”, disse a coordenadora.
A perspectiva apresentada é de alterações significativas na zona norte, sul e oeste que abrange a área da Subprefeitura Lapa com destaque para região da Rua Guaicurus, Mercado da Lapa e Lapa de Baixo.
A audiência, exigência de Lei, teve baixa participação: 18 pessoas – contando os funcionários dos órgãos municipais envolvidos. Nem os conselheiros participativos compareceram. Aliás, o esvaziamento da participação popular pós-eleições já vem sendo notado em outras reuniões como zeladoria e até mesmo no Conselho Participativo. Mas o Arco Tietê é um projeto de grande impacto na Cidade e faz parte do Arco do Futuro, anunciado pelo prefeito Fernando Haddad, projeto que vai ficar mesmo para o futuro uma vez que ainda faltam duas audiências públicas da Prefeitura para esse mês.
Segundo o diretor de Projetos da SPObras, Fábio Mariz, a previsão é que, após ouvir a população, o PIU Arco Tietê seja enviado à Câmara Municipal até o final de dezembro, mesmo mês que termina o mandato do prefeito Haddad.
A pressa dessa gestão é iniciar um processo de discussão. A população terá mais oportunidades de debate nas audiências que a Câmara vai realizar antes do projeto entrar em votação pelos vereadores.
Depois das festas de fim de ano, já na gestão do novo prefeito João Doria (PSDB), quem sabe, os moradores voltem a se interessar pelo debate do futuro da nossa região e da Cidade.