Foto: Divulgação
O bairro de Perdizes é formado por uma grande quantidade de idosos convivendo com jovens estudantes. Estabelecida a 70 anos em nosso bairro, a PUC foi o ambiente universitário de muitos de nossos anciões, que um dia casaram, se tornaram pais de filhos que também foram estudantes e que hoje recebem os netos em suas casas.
É de se esperar que o entorno de uma Universidade seja animado e também transgressor e tumultuado, ainda mais sendo a nossa PUC, com o seu vasto histórico de lutas pela democracia. Temos orgulho da PUC. Batemos palmas para as manifestações estudantis e adoraríamos presenciar discussões políticas em seu entorno. Lamentavelmente, elas não acontecem. Manifestações políticas, foram três ou quatro, um quase nada ao pensar no momento político em que nos encontramos. A juventude está vazia.
Ao longo desse mesmo ano, os pancadões universitários aconteciam duas a três vezes por semana, reunindo jovens para consumir drogas, fazer sexo pela rua e beber até cair pelo chão. Tudo isto ao mesmo tempo e até amanhecer. Sim, neste mesmo entorno em que se formaram algumas das cabeças mais pensantes de nosso Brasil e hoje repleto de anciões que gostariam que seus netos estivessem presenciando cenas que os encorajassem a lutar por um país melhor.
Lutamos muito para acabar com o pancadão universitário da PUC e não permitiremos que ele volte em formato de bloco de Carnaval ou qualquer outro tipo de baderna. A reflexão, no entanto, persiste: aonde foi que erramos, enquanto pais, educadores e comunidade, para que esse caos se instalasse tão facilmente ao nosso redor?
