O grupo responsável pelo projeto de acessibilidade Lapa 21 se reuniu na terça-feira (6) na Biblioteca Mário Schenberg. Estiveram presentes o prefeito regional da Lapa, Carlos Fernandes, o secretário Cid Torquato, da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED), Tuca Munhoz, assessor técnico da SPTrans, a vereadora Soninha Francine (PPS), que destinou uma emenda de R$ 600 mil no ano passado para a realização das obras, além de membros da comunidade.
O projeto contou com diversas reuniões mensais ao longo de 2017 e as obras começaram em dezembro. Além de implementar a acessibilidade estrutural no passeio que liga o Terminal da Lapa à Biblioteca Mário Schenberg, a iniciativa busca promover o conceito de acessibilidade como cultura, de forma a promover a inclusão das pessoas com mobilidade reduzida, deficientes visuais e idosos. “Quanto mais pessoas estiverem na rua, usufruindo do espaço público, mais evidente fica que temos que trabalhar a inclusão. Temos um passivo enorme em relação à acessibilidade”, diz Cid Torquato. Segundo o secretário, o SUS tem um gasto de R$ 300 milhões decorrente de acidentes na calçada.
Também foi citada na reunião as intervenções de concessionárias de serviços e empresas como Eletropaulo, Sabesp, Comgás, entre outras, que muitas vezes, após fazer alguma manutenção, refazem as calçadas em um formato fora do padrão. As ações muitas vezes sequer são comunicadas à prefeitura para que possa ser feito o acompanhamento.
Soninha Francine falou da importância de ver uma obra sair do papel. “Ter conseguido com o dinheiro da emenda realmente fazer uma obra até o final, vocês não calculam o valor que tem isso. Quantas obras não começam ou ficam paradas no começo?”, diz. A vereadora também falou da importância de executar bem a obra, para que não seja feito algo provisório que acaba como definitivo. Ela também citou o aplicativo SP+Segura, que permite que o usuário aponte irregularidades nas calçadas.
A moradora Edna Martins afirma questiona se o material utilizado não estava escorregadio, mas Alexandre Moratore, da supervisão de obras da regional afirma que a empresa contratada parta realizar a intervenção seguiu todas as normas e materiais indicados pela ABNT. Já a moradora Ivani Campanile pede ao prefeito regional que considere fazer uma intervenção na calçada da Rua Tito, onde está a Emei Noêmia Ippólito e o Teatro Cacilda Becker, que possui desníveis por conta das raízes de árvores. Carlos Fernandes afirma que incluirá o trecho em uma das próximas etapas do projeto e prevê que em abril serão iniciadas as obras do outro lado da Rua Catão, no lado par.
Tuca Munhoz anunciou que está e discussão uma intervenção artística com membros do grupo Pintores com a Boca e os Pés no muro do Hospital Sorocabana. Nos cruzamentos da Rua Catão com a Clélia e Roma já foram realizadas pinturas com letras de cordel pelo artista Stefano Luiggi Alberto Robustelli Lolli. Ao final do encontro o grupo caminhou pela calçada para verificar a obra, o piso tátil para deficientes visuais e as intervenções artísticas.