Pesquisa aponta que hábitos adquiridos com a pandemia poderão ser mantidos

0
1287

Foto: Reprodução

Reprodução
Moradores da Zona Oeste tiveram dificuldade em conciliar trabalho e serviço de casa

Na terça-feira (9) foi divulgada a segunda parte da pesquisa “Viver em São Paulo: Especial Pandemia” em uma transmissão ao vivo com a coordenadora da Rede Nossa São Paulo, Carolina Guimarães, a diretora de políticas públicas do Ibope Inteligência Patricia Pavanelli, e o coordenador-geral do Instituto Cidades Sustentáveis Jorge Abrahão.

O levantamento foi realizado entre os dias 21 de maio e 1º de junho com 800 internautas de 16 anos ou mais das classes A, B e C, e discute os impactos da pandemia na vida dos cidadãos paulistanos.

A pesquisa aponta uma redução do número de pessoas que apoiam as políticas públicas em relação à pandemia dos governos estaduais e federal. Em relação à primeira rodada, os percentuais de quem acredita que as medidas do Ministro da Saúde, do Governador de São Paulo e do Prefeito foram adequadas caíram de 71% para 53%, de 68% para 51% e de 68% para 51%, respectivamente. “Para o bem e para o mal, a política é que pode resolver os problemas em escala de enfrentamento da pandemia. Na mesma medida que a crise se agrava, é possível notar um desalinhamento da população com a política”, afirma Jorge Abrahão. Quase um terço dos entrevistados (31%) não soube opinar sobre as medidas adotadas pelos vereadores e pelos deputados estaduais para combater a pandemia (na rodada anterior eram respectivamente 39% e 34%).

Com a dificuldade de implementar o isolamento, especialmente nas regiões periféricas, o estudo aponta que para 87% dos participantes a pandemia deixou claro que a cidade de São Paulo precisa investir na redução das desigualdades. Também foi evidenciada uma mudança na relação dos cidadãos com o bairro onde moram, sendo que 46% responderam que passaram a dar mais valor ao comércio e aos prestadores de serviços locais, 30% passaram a prestar mais atenção aos serviços públicos disponíveis e aos que faltam no bairro, e 27% conheceram ou compraram em estabelecimentos comerciais que não conheciam antes.

Sobre as principais dificuldades que os entrevistados têm enfrentado na rotina em casa por causa das restrições impostas pela pandemia do coronavírus, 26% citam a vizinhança barulhenta, 20% a solidão (no Centro são 30%) e 19% dizem que é conciliar trabalho profissional com atividades domésticas (na faixa de renda familiar acima de 5 salários mínimos este percentual é de 34%, na Zona Oeste 30% e na classe AB 27%). De forma semelhante ao que foi apontado na primeira parte da pesquisa, aqueles que residem na Zona Oeste destacaram-se novamente por serem os que mais sentem falta de encontrar as pessoas sem restrições (54%) e de viajar para outras cidades (25%, contra 19% no total da amostra).

Apesar de 83% dos internautas afirmarem que não têm empregada doméstica ou diarista, entre a outra parcela que tem 40% dispensaram e estão pagando um valor menor, 32% dispensaram e continuam pagando o mesmo valor, 18% dispensaram e não estão pagando e 11% não dispensaram.

Questionados sobre o pagamento de alguns serviços nos últimos 30 dias, 24% não pagaram a academia ou atividade física e 22% cancelaram o contrato, 20% não pagaram escola particular e 18% pagaram em dia o valor renegociado, 17% não pagaram financiamento de imóvel e 17% não pagaram empréstimos. Entre os entrevistados 27% atrasaram o pagamento de alguma conta de consumo como energia, água e esgoto ou gás, 24% atrasaram o pagamento da internet fixa e 21% pagaram com atraso o financiamento de automóvel. A taxa de condomínio, o IPTU e o plano de saúde foram as contas que menos sofreram atraso ou inadimplência.

Quanto aos hábitos adquiridos com a pandemia que devem ser mantidos, 51% citam poupar mais dinheiro para se prevenir de outras crises e 47% pretendem continuar a higienizar todos os produtos que comprarem. O uso de máscara deve continuar na rotina de 41% dos internautas quando estiverem doentes para evitar contaminar outras pessoas e de 36% quando estiverem em lugares públicos ou com aglomerações para se prevenirem de doenças.

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA