A interinidade persiste

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EDUARDO FIORA

Caso único de uma inexplicável barreira política, o Edson Arantes do Nascimento, o Pelezão caminha para 15 meses de interinidade quanto coordenação administrativa. Desde o início da gestão José Serra, o principal equipamento esportivo da Lapa e da Vila Leopoldina não conta com um coordenador efetivo. Nem mesmo a transferência da gestão do Clube para a Coordenadoria da Educação de Piri- tuba, ocorrida em 14 de janeiro deste ano, portanto há quase 60 dias, foi capaz de reverter essa incômoda situação.
A coordenadora da área, professora Rosely Arrojo, admite que existe um nome de consenso indicado por vários segmentos das comunidades lapeana e leopoldinense para dirigir o Pelezão. O perfil dessa pessoa já foi apresentado ao secretário de Educação José Aristodemo Pinotti, mas a nomeação esbarra na burocracia municipal “Ainda estamos numa fase de transição onde existem etapas burocráticas entre os departamentos de Recursos Humanos de duas Secretarias Municipais: a de Esportes e a da Educação”, afirma Arrojo, ao justificar a permanência de um profissional interino, Arthur Ruy de Castro Neto, professor de Educação Física, como coordenador do Pelezão.
A Associação de Desenvolvimento da Lapa (ADL), criada em fevereiro na esteira dos graves incidentes ocorridos no Pelezão, também se posiciona em relação ao modelo gestor do clube. Em ofício encaminhado à Secretaria de Educação, a ADL propõe “a gestão democrática, com a participação igualitária do poder público e de entidades não governamentais”. Enquanto luta pela implantação desse tipo de administração participativa, o documento da ADL expressa total apoio ao gestor interino. “O professor Artur, que está como coordenador interino do centro, foi uma excelente escolha, pois vemos que é uma pessoa que quer desenvolver um trabalho sério e não fazer politicagem”.
Na sua interinidade, o docente dos quadros funcionais da Coordenadoria de Educação de Pirituba tem procurado administrar o clube num caráter emergencial. “Já temos uma empresa licitada, que atuará na remoção do mato e na limpeza geral do Pelezão. Também fizemos um levantamento das obras de infra-estrutura a serem executadas”, afirma Castro Neto. Segundo ele, já houve um diálogo positivo com diretores da ADL, que o convidou para uma reunião. Porém uma postura pró-ativa da atual administração do centro esportivo ainda não foi vista pela comunidade. As entidades que se mobilizaram na indicação de um nome consensual para administrar o Pelezão não foram chamadas a dialogar e opinar sobre o cenário do clube nessa nova fase de interinidade.

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