RENATA DE GRANDE REPÓRTER
Um estudo da Fundação de Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) apresentado nesta semana, aponta queda de homicídios, em vários bairros da cidade. Na Lapa, de acordo com a pesquisa, os números registrados em 2004 são de 3,51 para cada 100 mil habitantes. É um dado que conforta a população, principalmente quando comparado com o índice de outras cidades em países considerados mais desenvolvidos, tanto dos pontos de vista econômico, como cultural e social. É o caso de Tóquio onde este índice é de 1,4, Paris com 2 e Nova Iorque com 7 assassinatos por 100 000 habitantes.
Porém os delitos mais freqüentes como furtos de veículos e outros tipos de furtos ainda são crescentes na região, segundo informações do próprio comandante responsável pelo policiamento da área, tenente-coronel Rinaldo de Albuquerque Pereira.
Uma das causas destes altos índices está diretamente ligada às alterações urbanas que estão ocorrendo na região e que acabam provocando esta contrapartida negativa. É o caso, por exemplo, do novo terminal de ônibus inaugurado ano passado próximo a uma área com grande concentração de pedestres que é o centro comercial do bairro, onde já existia um shopping center e o tradicional Mercado da Lapa. Nos últimos anos, novas faculdades se instalaram na região trazendo para cá outros milhares de alunos , com seus veículos e objetos do desejo, como celulares, relógios da moda, equipamentos de som, laptops e assim por diante.
Para Rinaldo de Albuquerque Pereira, a saída para reverter este quadro passa pela parceria com a comunidade. Desde 1º de janeiro, quando assumiu o comando do 4º batalhão, Pereira vem apresentando um novo modelo gestão de policiamento, mais técnico, que inclui esta idéia de estreitar o relacionamento da população com a instituição para realização de um trabalho mais eficaz, reduzindo progressivamente os índices de crimes na região.
Experiências neste sentido já estão sendo testadas com sucesso em outras áreas da cidade, muito mais violentas e menos favorecidas, com resultados bastante animadores. O caso do Jardim Añgela na zona Sul é exemplar.
O grande obstáculo a ser superado é o descrédito com que a comunidade vem recebendo estes apelos, cansada de receber o ônus e ficar sem o crédito dos bonus. Uma não menos real insegurança.