Quatrocentos homens entre agentes da Subprefeitura da Lapa, efetivos da Guarda Civil Metropolitana, Polícia Civil, Polícia Militar, Vigilância Sanitária e técnicos da Secretaria da Fazenda, saíram a campo durante três dias (17,18 e 19) para uma grande operação na região da caixaria no entorno da Ceagesp.
O subprefeito da Lapa, Paulo Bressan, que na segunda-feira passa o cargo para a procuradora de Justiça, Luiza Nagib Eluf (ver página 8), comandou pessoalmente a mega operação, não escondendo sinais de cansaço por 32 meses de gestão marcada por embates com a comunidade. Segundo ele, a força-tarefa, que agiu em ruas como Xavier Kraus, Avenida Mofarrej e também dentro do próprio entreposto da Leopoldina, teve vários objetivos: liberação o passeio público tomado pelos caixeiros fiscalização da qualidade das mercadorias que entravam na Ceagesp, controle de notas fiscais, apreensão de cães de rua, e autuação de estabelecimentos irregulares.
Alvo da ação das equipes da Sub Lapa, os caixeiros que reformam engradados de madeira na longa calçada da Xavier Kraus, acompanhavam desolados a ação da retroescavadeira. “Não temos outro trabalho a não ser este de reconstruir caixas de madeira. A prefeitura não nos ofereceu nada. Simplesmente passou o trator por cima. Isso não é justo”, reclamava um dos tantos trabalhadores informais da região.
De fato, a equipe de Assistência Social da Sub Lapa, incluindo a coordenadora Rosângela Zanetti, limitou-se, durante a blitz, a olhar a remoção das caixas, sem se preocupar com o destino dos caixeiros. Somente após a reportagem do JG ter convidado uma das assistentes sociais para entrevista conjunta com os trabalhadores informais é que a equipe de Rosângela dignou-se a dialogar com os caixeiros.
O enrosco das caixas
As caixas de madeira reutilizadas que entram na Ceagesp, a rigor só poderiam circular no entreposto se devidamente higienizadas, conforme decretos municipal e federal. A Subprefeitura acusa o entreposto de permitir o livre acesso das caixas sem higienização.